Editorial

O parto do futuro

Ricardo Stuckert /PR Lula: sem vontade política não se pode enfrentar situações que conspiram contra a paz A Revista do Brasil chega à sua quadragésima edição mensal inteirona, bonita, elegante […]

Ricardo Stuckert /PR

Lula: sem vontade política não se pode enfrentar situações que conspiram contra a paz

A Revista do Brasil chega à sua quadragésima edição mensal inteirona, bonita, elegante e cheia de energia. É o que temos notado nas mensagens dos leitores.Alguns cumprimentam a revista e agradecem pela edição. Outros pedem para mudar o endereço de remessa (e ao mesmo tempo atualizam seu cadastro na entidade sindical da qual recebem a publicação). Há ainda comentários de reportagens ou sugestões de matérias. E, claro – não nas mesmas proporções, mas sempre contundentes –, críticas. Todas, enfim, muito bem-vindas como retorno de “audiência”. A RdB chegou a 40 edições assumidamente como um serviço de parte do movimento sindical (eram 23 entidades no início, hoje são mais de 60) para a sociedade. Endereçada a pessoas que não têm acesso a publicações impressas e às que têm acesso, porém se aborrecem com elas.

O que nos difere é que ocupamos nosso escasso espaço com outras agendas, que não sãonecessariamente as mesmas de Veja, IstoÉ etc. Por exemplo, aparentemente radical, a campanha “fora, Sarney” em nada educou jovens da militância política. Preferível entender as mazelas do sistema bicameral e lutar pela extinção do Senado. Melhor tratar dos gargalos da reforma agrária, da lentidão do BC em baixar os juros em plena crise, da ausência de Poder Judiciário para as populações pobres e dar voz a quem critica a política de esportes, tocar em temas que ninguém toca.

Há uma nova ordem mundial sendo construída e o Brasil ocupa espaço destacado nesseprocesso, que a mídia tradicional e partidária insiste em esconder. Basta revisitar o discurso de Lula, em 23 de setembro, na Assembleia Geral da ONU, diante de 120 atônitos chefes de Estado. Na oportunidade anterior, em 2007, ainda na era Bush, o presidente brasileiro limitou-se a dissertar sobre o protecionismo comercial entre os ricos, apontou os ganhos do etanol para o meio ambiente e pediu uma vaga no Comitê de Segurança da ONU. Desta vez, apoiado em números consistentes de que 32 milhões de pessoas mudaram de classe, do crescimento gradual do PIB brasileiro e de que a crise mundial representou apenas uma breve recessão no Brasil, Lula cobrou com veemência maior responsabilidade dos países mais ricos. “Não basta remover os escombros do modelo que fracassou, é preciso completar o parto do futuro. É a única forma de reparar tantas injustiças e de prevenir novas tragédias coletivas.” 

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