Resumo

Não foi a Toyota

A GM foi superada pela primeira vez em 76 anos. No primeiro trimestre, a japonesa Toyota vendeu 2,35 milhões de veículos, contra 2,26 milhões da americana. Quem viu a notícia […]

A GM foi superada pela primeira vez em 76 anos. No primeiro trimestre, a japonesa Toyota vendeu 2,35 milhões de veículos, contra 2,26 milhões da americana. Quem viu a notícia pelo Jornal da Globo, no último dia 24, tem os “culpados”. Pelo jogral dos apresentadores William Waack e Christiane Pelajo, o problema da GM está nos custos trabalhistas nos EUA. O comentarista Carlos Alberto Sardenberg, embora diga que a Toyota acumulou vantagens em relação a gestão, produção e engenharia, carrega: “Nos tempos das vacas gordas, a GM fez acordos muito generosos com seus trabalhadores. É um custo enorme”.

Emprego e desemprego

O saldo de 399.628 novos empregos formais de janeiro a março deste ano é o maior desde 1992, quando se iniciou a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os 146.141 novos registros de março elevaram em 0,52% o estoque de empregos apurado pelo Caged. Já a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese, revelou que a taxa de desemprego cresceu de 15,9% para 16,6% em março. O instituto considera que houve criação de postos de trabalho, já que em fevereiro e março de 2006 a taxa foi de 17,2% e de 18%, respectivamente. O Caged recebe informações de todas as empresas privadas do país. A PED apura por amostragem o contingente dos que procuraram emprego nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e o Distrito Federal.

Liberou geral

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) conseguiu derrubar no Superior Tribunal de Justiça a restrição do governo quanto ao horário de exibição dos programas de TV de acordo com as classificações por faixa etária. Assim, mesmo um programa inadequado para crianças e adolescentes pode ir ao ar em qualquer horário. A decisão foi do ministro João Otávio de Noronha. O Ministério da Justiça considera a liberação temerária, mas Flávio Cavalcanti Jr., diretor da Abert, festejou: “As TVs continuarão a fazer o que sempre fizeram”. Esse é que é o problema.

Aviso aos mutiladores

O Tribunal Superior do Trabalho condenou a Telemar a indenizar uma ex-funcionária que contraiu LER durante o exercício profissional. A empregada, da Bahia, trabalhou de 1993 a 2003. O relator, juiz Luiz Antonio Lazarim, considerou: “Provado o dano decorrente da doença adquirida no trabalho, com ofensa ao princípio da dignidade do trabalhador, tem o empregador responsabilidade”. Em 2003 a funcionária teve de se aposentar por invalidez e entrou com ação de indenização por dano moral e material, entre outras verbas.

O PAC da educação

No lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), a frase de Lula – “inaugurar um novo século da educação, onde existirá uma elite da competência e do saber, e não apenas uma elite do berço e do sobrenome” – expõe um conceito segundo o qual o acesso à educação de qualidade é chave para a redução das desigualdades e a criação de oportunidades. Até Arnaldo Jabor elogiou o ministro Fernando Haddad: “Fez muito bem Lula em mantê-lo. Educação não se negocia”. Mas entidades ligadas ao setor consideram que o PDE ainda precisa de ajustes. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação e a Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação reclamam que a sociedade não foi ouvida e que o piso nacional de 850 reais, para 40 horas, está aquém dos 1.050 reivindicados para profissionais de nível médio e 1.575 para os de nível superior, para jornadas de 30 horas.

Marcas valiosas

Com uma década de existência, o Google já é a marca mais valiosa do mundo, chegando a 66,4 bilhões de dólares e deixando para trás GE (61,8 bilhões), Microsoft (54,9 bilhões) e Coca-Cola (44,1 bilhões). O estudo divulgado pela consultoria especializada Millward Brown confere à marca Google um aumento de 77% sobre o ano anterior. Foram analisadas 39 mil marcas de todo o mundo. Segundo a consultoria, o quesito responsabilidade socioambiental ainda não decide, mas cresce muito na admiração dos consumidores.

Nassif e o câmbio

Do jornalista Luis Nassif, em seu blog: “Na entrevista com Fernando Henrique Cardoso que encerra meu livro Os Cabeças de Planilha, o ex-presidente admite os erros absurdos do câmbio e diz que as ‘explicações’ técnicas para a apreciação – a de que induziria a ganhos de produtividade na economia, como afirmava Gustavo Franco – não passavam de ’teorias para racionalizar posições’. Agora, volta-se ao mesmo desatino. Não vai durar para sempre essa loucura (real valorizado em relação ao dólar)”. Nassif bate duro. “O futuro de milhões de pessoas está sendo decidido, neste momento, nas salas do Banco Central e do Palácio de Planalto. Mas, assim como FHC, Lula, no auge da sua popularidade, está ajudando a destruir um pouco mais a estrada para o futuro.”

Efeitos do furacão

A prisão e o indiciamento de ministros do STJ, juízes, procuradores e advogados rastreados pela Operação Hurricane (Furacão), da Polícia Federal, podem fazer mais pela reforma do Judiciário e do Código de Processo Civil do que um ano de discursos diários em torno do tema, inclusive em CPIs que são boas para palanque mas até esquecem para que foram criadas. Aliás, como era mesmo o nome daquela que foi apelidada de “CPI do fim do mundo”? Algumas entidades ligadas ao Direito, que no início bradaram contra “abusividade” da operação e “cerceamento do direito de defesa”, começaram a aplaudir.

Cobrança no Sesi

Depois de tentar por oito meses, dirigentes dos sindicatos dos metalúrgicos do ABC e de São Paulo reuniram-se no mês passado com o presidente do Sesi de São Paulo, Paulo Skaf. Questionaram a cobrança de mensalidade escolar e levaram denúncias e reclamações feitas pelos pais de alunos. Em algumas cidades do estado, há escolas com problemas na infra-estrutura dos prédios. Skaf disse que aceita conversar sobre os problemas detectados nas escolas, mas não sobre a cobrança. Os sindicalistas insistirão. O caso está no Ministério Público.