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Contrastes do Brasil

reproduções Na primeira vez em que PT e PSDB se enfrentaram, em 1994, a revista Exame saiu com capa (“Por que FHC é melhor”) e reportagem de 13 páginas em […]

reproduções

Na primeira vez em que PT e PSDB se enfrentaram, em 1994, a

revista Exame saiu com capa (“Por que FHC é melhor”) e reportagem

de 13 páginas em defesa de seu candidato a poucos dias da

eleição. Exame é uma publicação para executivos, especializada

em negócios privados, embora sobreviva também de anúncios com verba

governamental. Seu público-alvo não precisa do Estado para comer, estudar,

sonhar, viver, mas de um Estado omisso para que o mercado governe sem

ser incomodado. Um Estado que, segundo Luiz Carlos Mendonça de Barros,

guru de Alckmin, dê à Petrobras “o mesmo destino das teles”.

Como a eleição de 29 de outubro traz um novo embate entre os que querem

o Brasil para poucos e os que querem o Brasil para todos, é natural que a

mídia elitista volte à carga.

 

Temos o sonho de Martin Luther King, de um dia a nação se erguer e

experimentar o verdadeiro significado de sua crença. E de Darcy Ribeiro,

lutador da escolarização das crianças, da universidade libertária, da salvação

dos índios. Realizar essas batalhas é a sina que inquieta a alma dos que

querem transformar o Brasil.

Em 1694, senhores de engenho contrataram um paulista abrutalhado – o

bandeirante Domingos Jorge Velho – para acabar com a rebelião dos negros

no Nordeste. Jorge Velho fez o percurso de Taubaté ao Piauí escravizando

índios e, depois de cinco anos, aniquilou o Quilombo dos Palmares e matou

Zumbi. Desta vez, outro paulista é requisitado pelas elites para “recuperar

o controle da situação”.

 

Reconhecer que Lula é melhor é ver em sua liderança a única capaz de

mediar esse país de contrastes, para que tenha, sim, uma economia dinâmica

e lucrativa, mas impulsione a redução das desigualdades, origem de

todos os males, entre eles a violência explosiva. Nosso apoio não é incondicional:

queremos a plenitude da democracia, a reconstrução da ética na

política e na gestão do Estado, a integração latino-americana, crescimento

econômico com justiça social. De Lula se pode cobrar a fatura depois.

Já as faturas a quitar de seu adversário seriam outras.