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Beijos e direitos humanos

Mauricio Morais O biólogo Estevam Baldon e o estudante André Gomes encontraram no beijo uma forma de se posicionar. Eles estavam no Beijaço da avenida Paulista, organizado em fevereiro por […]

Mauricio Morais

O biólogo Estevam Baldon e o estudante André Gomes encontraram no beijo uma forma de se posicionar. Eles estavam no Beijaço da avenida Paulista, organizado em fevereiro por ciberativistas em apoio ao Programa Nacional de Direitos Humanos, o PNDH-3, encaminhado pelo governo federal ao Congresso Nacional em dezembro.

A manifestação foi cheia de afetividade e humor. “A gente nunca sabe como quebrar os preconceitos. Acho que chocar é uma boa forma”, afirma Estevam, depois de um demorado beijo. Para André, o apoio ao plano é uma maneira de pedir respeito: “Não sou menos que qualquer pessoa porque gosto de outro cara”.

Apesar de ainda não planejarem filhos, a paternidade é um grande desejo dos dois. “Tenho uma vontade imensa de ter um filho”, diz Estevam. Seu companheiro concorda: “Acho que adotar é tão maravilhoso quanto gerar, você escolhe alguém para amar”, completa.

O PNDH-3 é um decreto do Executivo federal que trata, entre outras coisas, da união civil entre pessoas do mesmo sexo, adoção homoparental, criminalização da homofobia, descriminalização do aborto, ações para apurar e punir crimes de tortura praticados pelo regime militar, criação de câmaras de conciliação para resolver conflitos agrários, taxação de grandes fortunas.

E acabou provocando a fúria em meios militares, religiosos, entre grandes proprietários rurais, em parte da imprensa e outros setores conservadores da sociedade.