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As dicas culturais de julho

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Para crianças grandes

À primeira vista, Onde Vivem os Monstros pode parecer filme infantil. Mas, apesar dos bichinhos de pelúcia, a infância tem abordagem bem adulta. De Spike Jonze, diretor de Quero Ser John Malcovitch e Adaptação, a obra conta a história de Max, que depois de fazer uma malcriação vai parar numa ilha habitada por bichos. Na verdade, é o lugar onde as crianças podem mostrar seus desejos e sentimentos não domados. Baseado no livro homônimo de Maurice Sendak, curtinho e repleto de ilustrações, o filme (não é animação) até pode ser visto pela família toda, apesar do alto teor de melancolia.

Recriações

Um leitor desavisado e fã de Chico Buarque reconheceria os contos já nas primeiras páginas. As músicas do compositor carioca inspiraram dez autores em Essa História Está Diferente (Cia. das Letras, R$ 45), organizado por Ronaldo Bressane. Alguns textos baseiam-se fielmente nos causos musicados, outros são inspirados e há ainda os que usam a estrutura da canção ou as músicas como trilha. Feijoada Completa foi recriada por Luis Fernando Verissimo e Xico Sá reescreveu Folhetim, um triângulo amoroso contado por um carioca desmemoriado. Tem também contos de Mia Couto, Alan Pauls, Mario Bellatin, Rodrigo Fresán, Carola Saavedra, André Sant’Anna, Cadão Volpato e João Gilberto Noll.

Filósofo do samba

Em comemoração aos 100 anos de nascimento de Noel Rosa, Martinho da Vila lançou O Poeta da Cidade (Biscoito Fino, R$ 34,90), com músicas individuais do homenageado, exceção para Filosofia, feita com André Filho. Minha Viola e Rapaz Folgado, Martinho canta com a filha Mart’nália. Também estão no álbum Três Apitos, Último Desejo, Seja Breve, Coisas Nossas e O X do Problema. Acompanham Martinho vozes novas como a de Analimar Ventapani, Maíra Freitas, Patrícia Hora,Ana Costa e Aline Calixto. Depois de quase 20 anos, Elifas Andreato volta a assinar uma capa do sambista carioca.

Joga bola

Na exposição O Jogador, em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro até 15 de agosto, o fotógrafo Rogério Faissal mostra sua paixão pelo futebol. Partidas informais e improvisadas no campinho, na areia da praia, na rua são apresentadas por meio de um mecanismo feito com caixas de madeira pelo qual o espectador pode movimentar as imagens – o que faz lembrar as antigas moviolas do cinema. Para aumentar ainda mais o clima de “pelada”, o chão da sala leva grama sintética e o som ambiente é bem característico. De terça a sábado, das 10h às 22h; domingos até 21h. (21) 2544-4080. Grátis.

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A bola não para

Depois de um mês inteiro de Copa, mais futebol. Está em cartaz até 29 de agosto no Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera, a exposição De Arthur Friedenreich a Edson Arantes do Nascimento – O negro no futebol brasileiro. A mostra conta com reproduções fotográficas, esculturas, objetos, peças promocionais, caricaturas, textos, publicações e filmes biográficos de futebolistas como Arthur Friendenreich, Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Castilho, Didi, Djalma Santos, Jairzinho e, é claro, Garrincha e Pelé. Trata-se de uma celebração àqueles que fizeram do futebol a paixão nacional e à primeira realização de uma Copa do Mundo em território africano.O brilhantismo de Pelé rendeu à exposição duas esculturas de Humberto Cozzo, um quadro de Aldemir Martins e fotografia de Madalena Schwatz. Toda a documentação apresentada foi pesquisada em veículos da imprensa brasileira a partir de 1920 até o ano do tricampeonato brasileiro, em 1970. O espectador poderá ler O negro no futebol brasileiro, de Mário Filho, Negro, Macumba e Futebol, do antropólogo alemão Anatol Rosenfeld e À Sombra das Chuteiras Imortais e A Pátria em Chuteiras, coletâneas de crônicas de Nelson Rodrigues. As caricaturas de Miécio Caffé, publicadas em A Gazeta Esportiva, e os filmes biográficos de Garrincha e Pelé são imperdíveis. É assim que vem à tona a história do nosso futebol, surgido numa elite social rica e de origem europeia, mas que se tornou cada vez mais brasileiro a partir da difícil aceitação dos atletas afrodescendentes. O resultado e a reflexão desse processo podem ser conferidos na exposição. E nos campos de futebol do mundo todo. Com curadoria de Emanoel Araujo. De terça a domingo, das 10h às 17h. (11) 5579-0593. Grátis.

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