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Ao deus da abundância

Gerardo Lazzari Todo final de janeiro as cores e cheiros bolivianos tomam conta da Praça Kantuta, no Canindé, zona norte de São Paulo. A comemoração é especial: uma homenagem ao […]

Gerardo Lazzari

Todo final de janeiro as cores e cheiros bolivianos tomam conta da Praça Kantuta, no Canindé, zona norte de São Paulo. A comemoração é especial: uma homenagem ao dia de Ekeko, o deus da abundância. Reunidos, bolivianos, argentinos e, claro, (poucos) paulistanos. Nas barracas, pequenos artesanatos chamados alasitas simbolizam os sonhos que os fiéis querem ver realizados no ano que está começando. Há malas, ônibus e carros que representam o desejo de viajar ou voltar à terra natal; saquinhos de arroz e mesas de jantar que remetem à fartura dentro de casa; galinhas que prometem dar um jeito na vida amorosa; maços de dólares e outras moedas para trazer abonança. Depois de comprada a alasita, é preciso levá-la para Ekeko, um homem vestido como a divindade, que vai abençoá-la. Só ele pode fazer isso: rega o objeto com álcool, vinho e cerveja, passa pela fumaça da fogueira, enquanto pede, num espanhol incompreensível, para Ekeko realizar o desejo do fiel. Ao final, resta apreciar as apresentações de danças típicas, comer uma empanada, ou salteña, comprar um chá de coca ou uma colorida malha típica e ir para casa, com a enorme esperança de que a vida ainda vai melhorar.

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