De Juninho a Neymar

Em Praia Grande, no litoral de São Paulo, o garoto esbanjava talento no time de várzea do Jardim Glória. Qual será o papel de Neymar na Copa?

Paulo Whitacker/Reuters
Paulo Whitacker/Reuters

A reportagem do Jornal Brasil Atual foi a Praia Grande, no litoral sul paulista, conhecer de perto a história de amigos de escola, vizinhos e ex-técnicos que viram Neymar da Silva Santos Júnior, o então Juninho, surgir e crescer para o futebol. A reportagem especial, publicada em setembro na edição regional Itanhaém do jornal, traça um perfil pouco visto do jogador mais popular do Brasil.

A reportagem completa saiu na edição de setembro do Jornal Brasil Atual – Regional Itanhaém. E pode ser conferida no site da Rede Brasil Atual

Nascido em Mogi das Cruzes (SP), Neymar teve infância nômade devido às empreitadas futebolísticas do pai. Antes de a família desembarcar na Baixada Santista, morou em Várzea Grande (MT). Quando Neymar pai foi campeão estadual com o Operário Futebol Clube, em 1997, Juninho tinha 5 anos. A família ainda morou em São Vicente antes de se fixar no Jardim Glória, periferia de Praia Grande. Foi lá que o menino se habituou a fazer do futebol o seu estilo de vida. “Cheguei a ter 50 bolas em casa”, contou numa entrevista a uma emissora de TV local.

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  • ( ) É o melhor do país, mas a superexposição o compromete e jamais será ídolo absoluto.
  • ( ) Já é ídolo. O público sabe que sem contratos de publicidade seria impossível mantê-lo.
  • ( ) Faz muito drama, por isso nunca será respeitado pelos árbitros nem pelos adversários.
  • ( ) Será cada vez mais difícil pará-lo e será o principal nome da Copa em 2014.

O garoto conciliava estudos com a brincadeira. Foi na escola municipal Tio Baptista que tomou gosto por ser vencedor. O amigo de infância Jonathan Santos Marcelino, hoje com 20 anos e repositor em uma transportadora de tintas, lembra: “Fomos campeões dos jogos escolares. Foi uma época muito boa”.

Juninho era vizinho do Grêmio Praia Grande e jogou na várzea. “Era tímido, falava pouco, mas no campo era diferente. Não existia timidez. Nem os garotos mais velhos conseguiam segurá-lo”, conta o mecânico Eugênio Silva Rosa, o Biro, seu então técnico. Biro lembra que Roberto Antônio dos Santos, o Betinho – olheiro santista que revelou Robinho e depois levou à Vila Belmiro o rapaz que se tornaria Neymar –, esteve “umas vezes” no campo do Grêmio. “Pouco depois o Neymar já jogava nas categorias de base do Santos.”

Biro lamenta que o astro da seleção brasileira fale pouco de seu passado no Jardim Glória. Em todas as ruas do bairro, nomeadas por letras, sempre se encontra alguém que tenha alguma lembrança do garoto que falava baixo e para dentro, mas fazia os outros gritar por ele. Aos 13 anos, Neymar despontava nas categorias de base do Santos, chamou a atenção de olheiros europeus e foi convidado a fazer estágio no Real Madrid. O ex-presidente do alvinegro praiano Marcelo Teixeira ofereceu à família Silva Santos R$ 1 milhão em luvas para manter o jogador no Brasil. No ano seguinte, Neymar Jr. passaria a ganhar cerca de R$ 25 mil mensais.