Economês bem traduzido

O ABCD em Revista ouve a população, empresários e especialistas para explicar o que as mudanças na economia têm a ver com a vida das pessoas

Reportagem recorre ao bom humor para explicar a economia (Foto: Reprodução)

Não é fácil desenvolver reportagens de televisão sobre temas técnicos. Se o assunto é abordado de maneira arrastada, o telespectador desliga ou muda de canal. Isso nenhum profissional quer. Daí vem o desafio do programa ABCD em Revista, da TVT. Um dos assuntos mais falados nas últimas semanas foi a batalha pela redução dos juros bancários, de modo a contribuir para que pessoas tenham maior facilidade para realizar um projeto ou adquirir um bem e empresas possam investir em meios para melhorar sua produção. 

Para reduzir os juros, os bancos precisam reduzir o tal spread. Esse termo do economês quer dizer a diferença entre o que o banco paga para o cliente que aplica seu dinheiro e o que cobra daqueles que precisam de dinheiro emprestado. Para a televisão, o desafio é contribuir para que o público entenda o quanto esse assunto interfere na vida de todos.

Uma das saídas do ABCD em Revista que foi ao ar no dia 18 de maio, e pode ser revisto no site, foi tratar o assunto sério de maneira bem-humorada. E não é fácil conduzir com humor temas áridos sem comprometer sua seriedade. Algumas vezes o repórter se atrapalha propositalmente com a palavra spread, e faz trocadilhos. Ou recorre a efeitos especiais de edição e vira personagens: interpreta um cidadão que deposita dinheiro na poupança, o banco e outro cidadão, aquele que pega dinheiro emprestado.

A reportagem foi às ruas para mostrar como o assunto é complicado. E entrevistou economistas, especialistas, professores, sindicalistas, empresários e pessoas que recorreram a empréstimos bancários. Enfim, ouviu diversos setores da sociedade que ajudaram a entender a influência do spread bancário na vida do país. O programa usou também quadros com letras e números, explicando passo a passo cada informação.

Simultaneamente à questão da pressão contra os bancos para reduzirem o spread, o Copom baixou a taxa Selic. E tome economês: Selic é sigla de Sistema Especial de Liquidação e Custódia e Copom é o Comitê de Política Monetária do Banco Central, que define o valor da Selic. Em português: é a taxa básica de juros que o governo paga aos bancos para se financiar. Há um ano essa taxa estava em 12,5% ao ano. Para economizar com pagamento de juros, o governo veio reduzindo a Selic – que deve terminar o ano próxima de 8%.

Ao mesmo tempo, cobrou do sistema financeiro que reduzisse os juros cobrados dos clientes. Para isso determinou que os bancos públicos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, fossem os primeiros a dar o exemplo. Houve muita movimentação dos bancos privados para não perderem clientes. Um rebuliço que deu margem para que o ABCD em Revista mergulhasse no assunto e mostrasse as diversas possibilidades que estão surgindo no plano econômico no Brasil.

A TVT, TV dos Trabalhadores, por ser uma emissora educativa, tem maior responsabilidade na forma como trata os temas. Os programas exigem critério, dedicação e criatividade, para mostrar que há maneiras de não recorrer às cartilhas ultrapassadas usadas exaustivamente pelos programas jornalísticos de maneira geral. O ABCD em Revista é resultado dessa dedicação. Desafios como este, explicar a importância da redução do spread bancário para a economia, dão à nossa equipe – direção, produção, reportagem, edição, apoio – um prazer especial. O de contar ­parte da história no calor do acontecimento e contribuir para que os cidadãos compreendam melhor sua realidade. 

 

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