Blogueiras agitadas, mulheres inquietas, uma juventude e um mundo em movimento

Março tem ativismo, história, João Gilberto e dicas de viagem de Fernando Pessoa

A despeito do avanço da sociedade de consumo e do ceticismo de parcela da juventude, tem muita gente se mexendo – e muito – para mudar a realidade de sua comunidade e de seu país. É crescente o inconformismo dos jovens da América do Sul com as injustiças sociais, conforme mostra a reportagem de capa da edição de março da Revista do Brasil.

E a revista destaca ainda mulheres muito especiais, como as que estão fazendo da blogosfera uma grande frente de batalha na guerra pela informação de qualidade; a ex-secretária de Inspeção do Ministério do Trabalho Ruth Vilela, uma das principais articuladoras do Programa Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo; e até a Rainha do Cangaço, Maria Bonita – que completaria 100 anos sabe quando? Exatamente neste 8 de março.

Em São Paulo, professores que ralaram para passar em concurso público e realizar o sonho de ensinar nas escolas públicas foram barrados, pelo estado, por serem obesos. No interior do Ceará, organizações de direitos humanos ainda lutam para reparar, de alguma forma, a dignidade das vítimas de campos de concentração criados pelos coronéis, nos anos 30, para manter longe da capital os retirantes que fugiam da seca e da miséria.

Em Brasília, depois de passar com folga pela votação do salário mínimo, o governo Dilma não deve esperar vida fácil nas relações com o Congresso à medida que os debates se aproximarem de 2012, mais um ano de eleição. E o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, concorda que o país precisa de um novo marco regulatório para o setor, mas avisa que não terá pressa.
O jornalista Leonardo Severo esteve em Dakar, no Senegal, em fevereiro, e conta como foram os debates do recente Fórum Social Mundial, sediado mais uma vez no continente africano.

Walter de Sousa foi a Guararema e revela que nem só de luta pela terra vive o MST. Para o movimento, uma das mais importantes manifestações da identidade cultural brasileira – a moda de viola – merece mais espaço na mídia e na agenda musical do país. E João Gilberto, menos. O criador da bossa nova vai completar 80 anos em julho e não quer oba-oba na comemoração.

Mauro Santayana analisa a onda revolucionária no mundo árabe como estopim de uma nova era na história do mundo. Laurindo Leal comenta que, na batalha entre emissoras, clubes de futebol e CBF, o que menos conta é o interesse dos mortais torcedores. Mouzar Benedito se diverte com o cinematográfico senso de direção das pessoas. E João Correia apresenta o que você viveria em Lisboa se o seu guia fosse o poeta Fernando Pessoa.