Viagem

Capitólio, Minas Gerais: se não tem praia, que mar tem?

Capitólio, no sudoeste mineiro, saiu do anonimato e se tornou destino disputado. Cidade está entre as 34 banhadas pelo Lago de Furnas

Lucas Duarte/RBA

A cidade tem passado por ações de revitalização para receber visitas com charme

A antiga expressão “se Minas não tem Mar, vamos para o bar” fica para trás diante do imenso lago que se forma ao redor da cidade de Capitólio, no sudoeste mineiro, até pouco tempo atrás pouca conhecida. Localizada a cerca de 280 quilômetros de Belo Horizonte e a 480 quilômetros de São Paulo, a cidade vem saindo do anonimato. Cânions, cascatas, lagos, cachoeiras e piscinas naturais e outras riquezas naturais vão se incorporando à paisagem à medida que se chega perto de lá.

A cidade ainda está aprendendo a conviver com a fama, crescente dos últimos anos. Encontram-se nas redes sociais eventos de excursão indo para lá, e muitas fotos e vídeos já passou pela pequena cidade, que mistura o clima interiorano de Minas com a nova vida de celebridade turística. Sua população de 8.500 habitantes chegou a se multiplicar por quatro no último réveillon.

A estrutura de 20 hotéis e pousadas existentes ficou pequena. Feriados e finais de semana estão praticamente esgotados na alta temporada. E já existe procura para o réveillon de 2017. No site da prefeitura, há um alerta para os turistas não irem sem reservas, pois correm o risco de ficar sem local para dormir. Fora das temporadas e grandes feriados, portanto, é que é bom ir para lá.

A maioria dos visitantes não costuma ficar na parte central e urbana da cidade, mas em localidades próximas às trilhas para cachoeiras e outros passeios.

Ações de restauração de patrimônios e de promoção da sustentabilidade econômica e ambiental influenciaram na reeleição do prefeito José Eduardo Terra Vallory (PT). Zé Eduardo, como é chamado, foi também escolhido por unanimidade para presidir a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago). A entidade, com sede em Alfenas, tem como objetivo desenvolver ações de integração e desenvolvimento da economia e da infraestrutura da região.

Alguns moradores estão se organizando para o trabalho com turismo responsável. A construção de pousadas e campings, instalação de restaurantes e a oferta de guias, aluguel de equipamentos e outros serviços de suporte estão se tornando fontes importantes para a economia da cidade. A cidade tem ainda lugares interessantes para se encontrar boa comida, boa cerveja e boas cachaças. Se já viu o “mar”, bom bar.

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Capitólio tem fábrica de cerveja artesanal e bons pratos, alguns com vista para o ‘mar’

E virou mar

Criado no final da década de 1960 para conter uma crise hídrica, as obras da Usina Hidrelétrica de Furnas tiveram início ainda no governo do presidente Juscelino Kubitschek. Furnas foi a primeira hidrelétrica a desfrutar a bacia do Rio Grande.

O “Mar de Minas” que abriga a hidrelétrica é considerado um dos maiores lagos artificiais do mundo, com superfície com 1.440 quilômetros quadrados, área quatro vezes maior que a Baía de Guanabara e que banha 34 municípios.

Aguanil, Alfenas, Alpinópolis, Alterosa, Areado, Boa Esperança, Cabo Verde, Camacho, Campo Belo, Campo do Meio, Campos Gerais, Cana Verde, Candeias, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Coqueiral, Cristais, Divisa Nova, Elói Mendes, Fama, Formiga, Guapé, Ilicínea, Itapecerica, Lavras, Nepomuceno, Paraguaçu, Perdões, Pimenta, Ribeirão Vermelho, São João Batista do Glória, São José da Barra, Três Pontas e Varginha.

Em muitas dessas cidades é possível encontrar também paisagens incríveis de pequenos lagos, praias artificiais, cachoeiras, piscinas naturais e formações rochosas.

 

O que fazer

Uma das primeiras precauções a se tomar é verificar se a vacina contra a febre amarela está em dia. E bom viagem.

Mirante dos Cânions

Lucas Duarte/RBAMirantes dos Cânios
Mirante dos Cânions

Um dos principais cartões postais da região é o Mirante dos Cânions. O caminho para lá, em uma das estradas de acesso a cidade, próxima a Ponte do Rio Turvo, fica aberto das 8h às 16h.
Alguns turistas mais afoitos se arriscam para acessar fora do horário por outros caminhos, e acabam ficando em apuros e precisando de resgate.
O mirante mantém sua forma natural e não possui cercas. É preciso ter cuidad – com a altura, a quantidade de pessoas visitando e fotografando.
O solo possui rochas soltas, como nos cânions e nas cachoeiras. Todo cuidado é pouco.

Cascata Ecoparque
O atrativo principal é uma trilha que leva por um passeio, na ida por cima das cachoeiras e na volta por dentro d’água, passando por lindas quedas d’água e piscinas naturais. Além de área para camping, hotel e bar. Rodovia MG-050, Km 315,5, (35) 9 9904.0001 / 9 9981.3276

Cachoeira do Lobo
Possui boa estrutura, além da uma belíssima cachoeira. Está localizada no município de Guapé, mas o acesso é mais fácil por Capitólio, a 14 quilômetros do centro, sendo metade do trecho em estrada de terra. Tem chalés e camping, (37) 9983-9070. www.pousadacachoeiradolobo.com.br

Cachoeira Trilha do Sol
Tem quatro cachoeiras e estrutura para a prática de esportes de aventuras: trekking, rapel, marcha aquática. Pousada, restaurante, piscina de água corrente, redário, chuveirão e trilhas. Rodovia MG-050, Km 305, (35) 9981-1855. www.pousadatrilhadosol.com.br

Cachoeira Lagoa Azul
Água cristalina com piscinas com tons de verde, azul e dourado. Conta com restaurante e passeio de escuna. Para conhecer a cachoeira é cobrada uma taxa de preservação ambiental. Rodovia MG-050, km 311. Telefone: (35) 3527-4000 / (37) 9983-7022. www.lagoazul.tur.br

Passeio de lancha
O passeio dura cerca de duas horas e meia e passa por diversas cachoeiras, além de navegar em meio aos cânions, que chegam a ter até 20 metros de altura. Nos meses mais quentes, há pausas para banhos nas quedas-d’água e no próprio lago

Morro do chapéu

José Eduardo Terra ValloryMorro do Chapéu
Vista do Morro do Chapéu

Um dos pontos mais altos da cidade, com quase 1.300 metros de altitrude. Seu topo é formado por um planalto de vegetação rasteira, com varias espécies de flores silvestres, nascentes de águas claras límpida correndo em pedra e lageados, formando cachoeiras. Lobos, tatus e tamanduás vivem por ali, na companhia de inhambus, codornas e outras aves. De seu topo tem uma visão privilegiada ddo lago e da região.

Praia artificial
A Praia Artificial Municipal Domingos Gonçalves Machado foi fundada em 1988. Localiza-se no perímetro urbano, no final da Rua São Sebastião. É banhada pelo Rio Piumhi e possui 25 mil metros quadrados. No local contem quadras poliesportivas, calçadão para caminhadas e ampla área para realização de grandes eventos.

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Igreja no centro passou por reformas

Igreja Matriz
De arquitetura contemporânea, demonstra traços graciosos e simples em seu interior. Fundada em 1947, teve modificado seu altar por ocasião dos 50 anos. A Igreja possui, em seu interior, doze colunas, quadros e pinturas retratando a vida de Jesus.

Lugares para ficar e informações sobre serviços, bancos, distâncias e horários de ônibus.

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