Contra a crise, Uerj recebe ‘abraço’ de professores e estudantes
Docentes estão sem receber salários e alunos, sem bolsa-auxílio. Eles exigem recomposição orçamentária e a não-privatização da universidade
Publicado 19/01/2017 - 17h14
São Paulo – Professores, estudantes e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) reuniram-se hoje (19) em manifestação para dar um “abraço coletivo” na faculdade, contra o abandono e a crise que a instituição enfrenta. Cerca de 3 mil pessoas participaram do ato, realizado no campus do Maracanã, na zona norte da capital.
Com a crise no estado do Rio, os professores e funcionários da Uerj deixaram de receber salários de dezembro e o 13º, enquanto os alunos estão sem receber bolsa-auxílio. Os aportes do governo para a manutenção da universidade estão paralisados e o hospital universitário está com dificuldades para realizar os atendimentos. As aulas da Uerj foram adiadas e só iniciarão no próximo dia 27.
O ato desta quinta-feira foi organizado pelos professores da instituição e recebeu o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Eles exigem a recomposição orçamentária, o pagamento dos salários dos servidores e bolsas estudantis e a não-privatização da Uerj.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) participou do “abraço coletivo”. Ela afirmou que a Uerj é “um diamante do Rio de Janeiro”. “Não consigo aceitar que uma universidade de referência como a Uerj, que instituiu as primeiras cotas no Brasil, possa ser tratada como algo secundário.”
A parlamentar disse aindadisse que o sucateamento da instituição representa o desenvolvimento do Estado mínimo, orquestrado pelo governo Temer. “Este processo que vivemos na universidade se encaixa numa agenda nacional de tirar o ensino das mãos do Estado, mas nós vamos lutar até o fim para salvar a Uerj e a educação pública.”