Da rua para a rádio

A utopia do grupo Teko Porã no ‘Hora do Rango’ desta sexta-feira

Criado nas ruas de São Paulo, banda apresenta no estúdio da Rádio Brasil Atual sua fusão de MPB, música indígena e africana

Divulgação

Grupo se prepara para lançar seu primeiro álbum, “Anamaguaçu”, com a proposta de uma grande mistura de ritmos brasileiros

São Paulo – A programação semanal do Hora do Rango termina nesta sexta-feira (15) com a banda Teko Porã, termo na língua indígena guarani que significa o “belo caminho” ou o “bem viver”. Formada por Pablo Nomás (violão 7 cordas), Bia Rezende (voz), Kinda Assis (viola) e Caio Gregory (bandolim), o grupo se define como “uma utopia viva que já dura cinco anos”.

“Somos músicos de rua e tocamos nos corredores e vagões do metrô de São Paulo, buscando levar o espírito Teko Porã a pessoas comuns. É gente que está voltando do trabalho, idosos, imigrantes, crianças; gente disposta a absorver um pouco da energia positiva que queremos passar com a nossa música e partilhar da nossa resistência artística”, explica o grupo.

A banda tenta fomentar o movimento de música na rua, ocupando espaços públicos e levando seu trabalho para eventos nesse formato, como a Porta Maldita, Rua³ e Arte na Rua. Além disso, o grupo tem um projeto próprio e paralelo: a Casa Barco, residência de parte dos músicos e sede da banda, cujo objetivo é fazer apresentações artísticas que fomentem a cena dos artistas independentes e da música de rua em São Paulo. Esse projeto compõe com o objetivo maior que o Teko se propõe – aumentar a visibilidade e o relacionamento do público comum com a música e com as diversas culturas brasileiras.

Atualmente, o Teko Porã está finalizando seu primeiro álbum Anamaguaçu, com a fusão do clássico, MPB, música indígena e a africana – uma mistura brasileira, rica e única.

Quem passou

O Hora do Rango de quinta-feira (14) marcou o retorno da banda Bazar Pamplona. Revelação da cena indie de São Paulo no início da década de 2010, o grupo formado por Estêvão Bertoni (letras, vocal e guitarra), João Victor dos Santos (guitarra), Rodrigo Caldas (bateria), Rafael Capanema (baixo e teclado) e Pinguim Miranda (teclado e baixo) esteve parado nos últimos seis anos e agora retorna com o álbum Banda Vende Tudo. Na sonoridade, uma variedade de referências, como MPB, folk e indie rock, ao melhor estilo do grupo.

“A gente pensou em Banda Vende Tudo por causa da ideia de ‘família vende tudo’, aqueles bazares em que as famílias colocam tudo o que têm à venda, se desfazem de todos os bens, deixam tudo pra trás porque estão de mudança para recomeçar a vida em outro lugar”, explica Bertoni. “Como a gente não lança disco desde 2012, a ideia é de recomeço da banda mesmo.”

As letras – compostas por Bertoni, exceto Saudade, que tem João Caldas Júnior e Rodrigo Caldas como co-autores – tratam de temas como divergências musicais e amorosas, as delícias de um bom cafuné, a previsão do fim do mundo e a política brasileira metaforizada nas festas populares, como é o caso de Dias Gordos, single já lançado pela banda.

Ouça como foi

A semana que chega ao fim ainda teve a participação, na quarta-feira (13), de Alessandro Penezzi e Nailor Proveta. O primeiro é violonista, compositor e arranjador, um multi-instrumentista que toca violão de 7 cordas, cavaquinho, bandolim e flauta; enquanto Proveta é clarinetista e saxofonista, com mais de 30 anos de carreira e destaque no cenário da música instrumental brasileira, tendo tocado com Milton Nascimento, Gal Costa, Edu Lobo, Raul Seixas, Guinga, César Camargo Mariano e Yamandú Costa, além de artistas internacionais como Joe Wiiliams, Anita O’Day, Benny Carter, Natalie Cole, Ray Conniff e Sadao Watanabe, entre outros.

Amigos, eles se apresentam no próximo domingo (17), no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, com o espetáculo intitulado Proveta e Penezzi, em que tocarão faixas do disco Velha Amizade, lançado em 2015, além de canções de grandes compositores brasileiros, como Pixinguinha e Jacob do Bandolim.

Ouça também como foi

O programa

O Hora do Rango, apresentado por Colibri Vitta e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), recebe ao vivo, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, sempre um convidado diferente com algo de novo, inusitado ou histórico para dizer e cantar.

Os melhores momentos da semana são compilados e reapresentados aos sábados e domingos, sempre ao meio-dia.

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