Legado

Voto em Lula é pelos famintos e mortos de covid, diz Silvio Almeida em ‘super live’

Em evento pró-Lula em São Paulo, jurista Silvio Almeida ampliou o significado da eleição do ex-presidente. Outros participantes destacaram seu caráter e legado como inspiração e esperança de um futuro para todos os brasileiros

Divulgação/PT
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“Queremos mais que colocar os fascistas para correr, e criar um Brasil que jamais existiu, de grandeza, generosidade. O Brasil é nosso”, disse o advogado Silvio Almeida

São Paulo – O voto em Lula neste dia 2 de outubro teve o significado ampliado pelo advogado e escritor Silvio Almeida, durante participação na “super live” realizada nesta segunda-feira (26), na capital paulista. Aplaudido de pé pelo auditório lotado do qual foi transmitido o último grande ato da reta final da campanha, destacou em seu discurso que coube à atual geração enfrentar o fascismo que ameaça o presente, tenta apagar o passado e comprometer o futuro.

E que este dia do primeiro turno da eleição é mais que um capítulo nessa luta pelo Brasil, “em que não votaremos somente por nós mesmos”. Mas pela memória de Zumbi dos Palmares, Luis Gama, Dandara, Abdias do Nascimento, Marielle Franco, Anderson Nascimento, Darcy Ribeiro e outros nomes importantes da história do país.

“Votaremos pela memória dos que foram exilados, torturados e mortos pela ditadura. Pelos que pereceram pela fome, pela violência no campo e na cidade, pelos que perderam a liberdade pelo sistema de Justiça. E pelos que perderam a vida pela covid-19 devido à negligência. Nosso voto será também para que nossos mortos continuem vivos em nossos corações”, disse.

E se dirigindo diretamente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assistia à super live da plateia, foi enfático: “Queremos mais que colocar os fascistas para correr. Queremos criar um Brasil que jamais existiu, de grandeza, generosidade. O Brasil é nosso”.

Acesso ao ensino superior “fora do horizonte” antes de Lula

Um voto assim, pelos ancestrais e futuras gerações, convergindo para a reconstrução de um país com paz, amor, tolerância, inclusão e respeito à diversidade, com valorização da cultura, da arte, ciência, educação e meio ambiente ecoou na fala de outros participantes. Em vídeo gravado para a super live, o rapper Emicida disse que poderia listar nomes de pessoas conhecidas que ingressaram na faculdade, fizeram pós-graduação e se especializaram após os governo de Lula e Dilma PT democratizarem o acesso ao ensino superior.

“A universidade não estava no nosso horizonte. E muitos só não estão melhor agora por causa da crise trazida pelo governo atual, com desemprego. Mas há um sentimento muito valioso para os brasileiros, de fé que nos move,e Lula consegue simbolizar tudo isso”, disse.

Graduada em Química pela Universidade Federal da Bahia e mestranda em Ensino de Ciências pela USP, Kananda Eller é fruto das políticas públicas dos governos petistas. “Eu sou fruto das políticas públicas, acredito nisso pra nossa sociedade. Não existe uma sociedade sem saúde, ciência e educação. Então eu sonho em ver muito mais uma universidade preta”, disse. Kananda disse também que sonha com uma universidade mais preta, com outras visões de mundo, com mais indígenas, com institutos científicos nas periferias.

A presença de negros e indígenas em todos os espaços também foi defendida por Luana Génot, primeira negra da família a ingressar no ensino superior e “filha” do Programa Ciência sem Fronteiras. “Hoje é o dia da esperança nesse país. Todo mundo sabe que a gente luta por mais igualdade. A gente acredita que com racismo não há democracia. Mas estamos aqui’, disse, destacando o sentido de ser o “sonho dos nossos ancestrais”.

Legado de oportunidades

“Somos o legado dessas oportunidades e por isso queremos mais oportunidades, mas com metas, prazos, nomes. Queremos Silvio Almeida como ministro da Justiça, nós queremos Djamila Ribeiro, queremos Sonia Guajajara. Queremos pessoas negras e indígenas. Mas principalmente pessoas negras e indígenas com o ‘poder da caneta’ na mão”, disse, dirigindo-se a Lula e Alckmin.

O escritor Itamar Vieira Júnior enfrentou a timidez e falou, para o auditório lotado, da luta pela leitura na infância, nas bibliotecas públicas, porque não podia comprar livros. E do sonho acalentado de ser escritor apesar de todas as dificuldades, que se tornou possível com incentivo da família. Sonho realizado, Itamar teve livros lidos pelo ex-presidente, em seus mais de 500 dias no cárcere da Polícia Federal em Curitiba.

“A injustiça sofrida por Lula foi contra todos nós. Mas os livros foram a grande companhia dele”, disse Itamar. “Mas sobre a terra há de haver sempre os mais fortes. E o mais forte é o povo, é o Brasil. E por isso vamos votar em Lula. Viva Lula, viva a democracia”.


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