Buraco revelado

Rombo de R$ 400 bilhões coloca ‘Jair quebrou o Brasil’ no topo do Twitter

Declaração de Henrique Meirelles, de que o rombo deixado pelo governo Bolsonaro não de R$ 150 bilhões, como afirmam, turbinou postagens na plataforma

Antônio Cruz/ABr
Antônio Cruz/ABr
Segundo economistas, só com a "PEC Kamikaze”, de julho, Bolsonaro comprou votos às pressas a um custo de R$ 41 bilhões a mais do que previa o teto. Isso ajudou a colocar o país num rombo fiscal sem precedentes

São Paulo – A declaração do então presidente do Banco Central nos governos Lula, Henrique Meirelles, de que o rombo deixado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) é de R$ 400 bilhões – e não de R$ 150 bilhões, como afirmam – turbinou as postagens no Twitter com a hashtag “Jair quebrou o Brasil”. O termo foi o mais mencionado nas postagens em toda a tarde desta sexta-feira (4) na plataforma.

“Na minha avaliação, o tamanho do buraco deixado é mais próximo de R$ 400 bilhões, estimado por entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o governo está falando”, disse Meirelles, que também foi ministro da Fazendo de Michel Temer.

O rombo de R$ 400 bilhões foi causado por sucessivos descumprimentos do “teto de gastos”. Em alguns casos, até justificáveis, como em março de 2021, no auge da segunda onda da pandemia de covid-19. Era necessário manter e até ampliar do Auxílio Emergencial, para atender milhões de pessoas. Mas vieram impactos causados por manobras do governo.

Má gestão levou ao rombo de R$ 400 bilhões

A primeira PEC de Bolsonaro, para contornar o “teto”, foi em setembro de 2019, para não contabilizar as transferências de recursos federais para estados e municípios beneficiados pela repartição da cessão onerosa do pré-sal. Impacto de R$ 46 bilhões nas contas. Em dezembro de 2021, com a PEC dos Precatórios, mais R$ 44 bilhões. A terceira PEC foi aprovada em dezembro de 2021: R$ 81,7 bilhões.

E a quarta e mais conhecida delas, a “PEC Kamikaze”, em julho passado, bem na época da discussão da LDO, com claro objetivo eleitoral. “Numa manobra ilegal e criminosa permitiu a Bolsonaro comprar votos às pressas por meio de benefícios sociais, a um custo de R$ 41 bilhões a mais do que previa o teto, foram determinantes para atolar o país num rombo fiscal sem precedentes”, disse hoje a economista Monica de Bolle.

“Gastança que Bolsonaro fez para se reeleger. A (PEC) Kamikaze foi especialmente notável pelos valores e como isso foi feito. Ou seja, Bolsonaro pediu licença para gastar além do teto quatro vezes, todas elas além de R$ 40 bilhões. Mais de 200 bilhões”, disse a economista.

Críticas ao rombo, aos cortes e desinvestimento social

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) dirigia-se ao senador eleito pelo seu estado, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Em seu Twitter, o ex-vice de Bolsonaro criticou o presidente eleito Lula. “O futuro governo do @LulaOficial está negociando com o Congresso um rombo de 200 bilhões no orçamento de 2023, ou seja, zero compromisso com o equilíbrio fiscal. O resultado será aumento da dívida, inflação e desvalorização do Real. Onde estão os críticos???”

Na rede social, os internautas que levantaram “Jair quebrou o Brasil” não perderam a oportunidade de criticar à má gestão financeira de um governo que ficou marcado por desinvestimentos, cortes em políticas sociais e desperdícios. Confira algumas postagens:


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