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PT vai à Justiça contra Feliciano por mentir dizendo que Lula fecharia igrejas

Legenda cobra que deputado pastor se retrate ou apresente provas sobre alegações de perseguição a evangélicos num eventual governo petista

Divulgação/Twitter
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Deputado bolsonarista chegou a dizer que Lula e o PT passariam a determinar o que poderia ser considerado ou não “pecado” pelas igrejas

São Paulo – O PT entrou na Justiça contra o deputado federal Pastor Marco Feliciano (PL-SP) e quer que o parlamentar apresente provas sobre declarações em que disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fecharia igrejas caso eleito. A ação é assinada pela presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e por um grupo de 10 advogados. E foi protocolada na 10ª Vara Cível de Brasília na noite de ontem (17).

“O deputado Marcos Feliciano foi interpelado judicialmente por espalhar fake news sobre Lula e o PT. Não tem nada a ver com religião, mas com a cara de pau de um mentiroso que quer se passar de vitima”, disse Gleisi nas redes sociais.

Na ação, Gleisi e os advogados alegam que Feliciano “vem proferindo publicamente falas desinformadoras a respeito das consequências para os fiéis da religião evangélica caso o Partido dos Trabalhadores, ora Interpelante, vença a Eleição Presidencial que se aproxima”.

A legenda cobra principalmente que Feliciano se retrate ou a apresente provas de que Lula fecharia igrejas. No mesmo sentido, apela que ele comprove a acusação de que o PT teria distribuido os chamados “kit gays” nas escolas, requentando fake news difundida nas eleições de 2018. E que apresente fatos concretos que confirmem que o partido tenha promovido qualquer ato no sentido de “erotização infantil”.

O PT também quer que ele apresente documentos que provem que Lula ou outro dirigente da sigla teriam afirmado que passaria a determinar o que poderia ser considerado ou não “pecado” pelas igrejas. Do mesmo modo, ele é cobrado apresentar fatos ou provas de que o PT obrigaria pastores a realizarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Mentiras em série

Além disso, o PT requer ainda direito de resposta ou retificação das declarações do pastor em entrevistas recentes à rádio CBN e ao jornal Folha de S.Paulo. No último domingo (14), à CBN, Feliciano disse que “alertou” os fiéis de que uma suposta “perseguição” de Lula a evangélicos poderia “culminar no fechamento de igrejas”.

No dia seguinte, à Folha, o deputado voltou a dizer que a comunidade evangélica tem “muito receio” de um eventual governo Lula. E acusou o PT de ser a “expressão viva do mal” no Brasil. “Existem muitas formas de se fechar uma Igreja. Uma delas é calando os pastores ou obrigando religiosos a terem condutas anti-bíblicas. A igreja fisicamente estará aberta, mas na prática estará fechada”, tentou justificar.

Liberdade religiosa

No início do mês, Lula reafirmou que é católico, mas foi educado a tratar todas as religiões com respeito. “Trato todo mundo com o respeito que gostaria de ser tratado. Cada um prática a fé que quer”, afirmou, pelas redes sociais. Na última terça-feira (18), no lançamento da sua campanha numa fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, o ex-presidente voltou ao tema. Frisou que foi ele que sancionou, em 2003, a lei da liberdade religiosa, garantindo autonomia às igrejas.

Nesta quinta (18), a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito também formalizou apoio à candidatura de Lula. O movimento é apartidário, mas combate “ameaças diuturnas das forças reacionárias” sustentadas pelo atual governo e pelo próprio Bolsonaro”. Além disso, alertam para que o ex-presidente e sua campanha não caiam na “armadilha bolsonarista” de também adotar falar religiosas.


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