Pacificação

Pacheco defende colaboração com Lula e fim da ‘polarização tóxica’

Reeleito, presidente do Senado disse que só com democracia é possível resolver os principais problemas do pais, como a inflação, a fome, a miséria e o desemprego

Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado
Após a vitória, Pacheco foi felicitado por Lula ao telefone. Janja também comemorou: "mais uma derrota para eles"

São Paulo – Reeleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai ser “colaborativo” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa colaboração, segundo ele, terá por objetivos “possibilitar a volta do crescimento e desenvolvimento da infraestrutura nacional”. Assim, em seu primeiro discurso após derrotar o candidato bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), Pacheco também prometeu trabalhar pela pacificação do país.

“Pacificação é estar do lado certo da História, o lado que defende o Brasil e o povo brasileiro. Para isso, a polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada do nosso país. Acontecimentos como os ocorridos aqui, neste Congresso Nacional, e na Praça dos Três poderes em 8 de janeiro de 2023 não podem e não vão se repetir”, disse Pacheco.

Nesse sentido, ele também se comprometeu com a defesa “intransigente” da democracia. Mas ressaltou que pacificação não significa “omissão ou leniência”. Nem vai se calar diante de “atos antidemocráticos”. “Pacificação é buscar cooperação, lutar pela verdade, abandonar o discurso de nós contra eles e entender que o Brasil é imenso e diverso. Mas o Brasil é um só”, acrescentou. Também afirmou que os brasileiros precisam voltar a divergir “civilizadamente” e prometeu combater o mentira e o discurso de ódio, em recado claro aos bolsonaristas.

Posteriormente, em entrevista coletiva, Pacheco disse que só por meio da democracia é possível combater os principais problemas sociais do país. “Reduzir índices de fome, de miséria, de desemprego, reduzir alta de juros, inflação, gerar estabilidade nas relações políticas, combater atentados às minorias”, disse o parlamentar. “Vamos buscar trabalhar pelo Brasil naquilo que o país precisa resolver”, acrescentou.

Vitória da democracia

Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, que se licenciou para participar da eleição no Senado, a reeleição de Pacheco representa “a vitória da democracia”. “É a vitória de um ambiente de pacificação. E a oportunidade de trabalharmos de forma integrada, os Três Poderes. Disse ainda que o resultado de hoje tem “uma força potente” para colocar o Brasil no caminho do crescimento econômico e social.

Após o resultado da disputa, com 49 votos a favor de Pacheco e 32 para Marinho, o presidente do Senado recebeu os cumprimentos de Lula. O telefonema foi intermediado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso. Ele ligou para Lula e entregou o telefone a Pacheco para uma conversa que durou cerca de três minutos.

Em transmissão no Instagram, a primeira-dama, Janja da Silva, também comemorou a vitória do mineiro. Ela rememorava o dia seguinte aos ataques de 8 de janeiro, quando Lula desceu a rampa do Palácio do Planalto de braços dados com a presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e Pacheco, quando recebeu a notícia. “A gente acabou de receber a informação aqui. Amém. Mais uma derrota para eles”, comentou.

No Twitter, o termo “perdeu mané” ficou entre os mais comentados após a vitória de Pacheco. A expressão foi utilizada pelo ministro Luis Roberto Barroso, em Nova York, como resposta a um bolsonarista que o questionava sobre a segurança das urnas eletrônicas. Além disso, os internautas lembraram que o bolsonarista Marinho perdeu no voto impresso, já que senadores utilizaram cédulas de papel.


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