invasão terrorista

Celular desaparecido será um dos temas de novo depoimento de Anderson Torres

Conteúdo do celular do ex-secretário do DF preso é um dos principais interesses dos investigadores, assim como a minuta de decreto golpista encontrada em sua casa

Isaac Amorim/MJSP
Isaac Amorim/MJSP
Minuta de decreto golpista foi encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro

São Paulo – O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres deve prestar novo depoimento à Justiça amanhã (23). Na última quarta (18), o também ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro usou o direito de ficar calado. Um dos pontos de interesse dos investigadores na segunda oitiva seria o conteúdo do celular que ele afirma ter sido clonado – e não trouxe no seu retorno ao Brasil, no dia 14.

A própria defesa de Torres pediu o novo depoimento – autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) –, já que no primeiro ele ficou em silêncio. De acordo com o Correio Braziliense, o ex-secretário estaria disposto a responder a todas as perguntas feitas pelas autoridades. Torres está preso – em regime de prisão preventiva – no 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará, que fica a cerca de 15 quilômetros do centro de Brasília.

Minuta golpista

Além do celular sumido, Anderson Torres será questiondo sobre a minuta de decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma clara tentativa de reversão da eleição que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao terceiro mandato de presidente da República. A Polícia Federal encontrou o documento na casa do ex-ministro de Bolsonaro.

Sobre a minuta, os advogados de Bolsonaro apresentaram ao TSE a defesa exigida pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral. Na última segunda-feira (16), ele abriu prazo de três dias para que o ex-presidente se manifestasse sobre o documento.

Atendendo a pedido do PDT, Gonçalves incluiu a minuta entre os elementos de prova de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Bolsonaro. O processo tem como alvo específico o ataque do ex-presidente ao processo eleitoral em reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvaroda em julho de 2022, que configuraria abuso de poder político na campanha eleitoral.

Ato falho?

A defesa de Bolsonaro argumentou que a minuta é apócrifa e deve ser desconsiderada. Mais do que isso, a justificativa apresenta uma estranha argumentação, entendida por alguns analistas como ato falho.

Segundo a defesa, o material não foi publicado ou publicizado. “A não ser pelos órgãos de investigação.” Além disso, “não se tem notícia de qualquer providência de transposição do mundo do rascunho de papel para o da realidade fenomênica. Ou seja, nunca extravasou o plano da cogitação”. Em outras palavras, há a admissão de que a ideia do golpe foi cogitada.

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