Atos golpistas

Moraes concede liberdade provisória a ex-comandante da PM do Distrito Federal

Fábio Vieira comandava as tropas no dia 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF foram atacados por bolsonaristas

Reprodução/Redes sociais
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Enquanto vândalos destruíam edifícios da República em Brasília, PMs se divertiam e faziam selfies com seus celulares

São Paulo – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta sexta-feira (3) a prisão preventiva do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) Fábio Augusto Vieira. Ele comandava as tropas no dia 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram atacados por bolsonaristas e os prédios, vandalizados. O ministro concedeu a ele liberdade provisória.

Vieira é investigado por suspeita de omissão. O ex-comandante teve prisão decretada no mesmo dia (10 de janeiro) em que Moraes ordenou a detenção do ex-ministro da Justiça bolsonarista Anderson Torres, que foi preso ao chegar no aeroporto de Brasília vindo dos Estados Unidos. Torres este em regime de preventiva, com prazo de término indeterminado. Ontem (2), prestou depoimento, no qual procurou se desviar da responsabilidade negando cumplicidade com os golpistas.

Ao ser detido, Vieira afirmou que a PM-DF tentou desmobilizar o acampamento golpista montado no quartel-general do Exército, mas houve resistência por parte dos militares e a ação policial foi frustrada. Acrescentou que as informações de inteligência indicavam que não haveria violência.

“O relatório elaborado pelo interventor federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappeli, em princípio, indica que Fábio Augusto Vieira, embora exercesse, à época, o cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, não teria sido diretamente responsável pela falha das ações de segurança que resultaram nos atos criminosos ora investigado, além de apontar que o investigado esteve presente na operação, foi ferido no combate direto aos manifestantes e não teve as suas solicitações de reforços atendidas”, escreveu Moraes na decisão.

Policial legislativo alvo da PF

Na quarta fase da Operação Lesa Pátria contra golpistas do 8 de janeiro, a Polícia Federal cumpriu hoje três mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos é um policial legislativo acusado de omissão e facilitação dos bolsonaristas que atacaram os edifícios-sede dos poderes da República em Brasília. A identidade do policial não foi revelada até o momento. O agente foi denunciado ao STF pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República, que pediu o afastamento do policial.

Advogada com 21 celulares

Uma advogada também está entre os alvos da operação. Ela é acusada de recolher celulares dos criminosos que participaram das depredações, o que configuraria obstrução de justiça. Foram encontrados pelo menos 21 celulares com a advogada. Ela foi alcançada graças a depoimentos dos presos em flagrante no dia 8.

Duas prisões de golpistas foram cumpridas: do empresário e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rio Verde (GO), Lucimário Benedito Camargo, conhecido como Márcio Furacão, e do ex-candidato a deputado estadual William Ferreira da Silva, o “Homem do Tempo”, que é policial militar aposentado.

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