Jogo aberto

Lula vai crescer em São Paulo e Haddad pode virar, diz Edinho Silva

Contra robôs e fake news bolsonaristas, coordenador da campanha de Lula confia na militância organizada do campo progressista

Reprodução/TVT
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Edinho: "Não temos robôs nem temos plantação de perfis falsos. Mas temos temos pessoas, corações e mentes organizados, fazendo a disputa nas redes"

São Paulo – Para o coordenador de comunicação da campanha do candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Edinho Silva, o balanço do resultado do primeiro turno das eleições foi “muito positivo”. O ex-presidente Lula teve 48,4% dos votos, ficando a um passo da vitória. Edinho participou do programa Entre Vistas da última quinta-feira (6), na TVT. Na conversa com o jornalista Juca Kfouri, ele tratou dos principais desafios da campanha petista neste segundo turno. E disse estar confiante em possível vitória do ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad em São Paulo.

“O desafio neste momento é fazer com que a candidatura do Haddad dialogue de forma mais direta com o interior de São Paulo”, afirmou. “Penso que o presidente Lula crescendo, e ele vai crescer em São Paulo, não tenho dúvida disso, nós vamos também fazer com que o Haddad cresça.”

Na avaliação dele, Tarcísio de Freitas (Republicanos), adversário de Haddad, “não existe enquanto figura pública”, e foi “guindado” ao segundo turno pelo bolsonarismo. Por outro lado, citou Haddad como “o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve”. “Foi ele (Haddad) quem liderou todos esses programas que estão aí, garantindo a inclusão da nossa Juventude no sistema educacional público – em alusão a programas como o Fies, o Prouni e a expansão das universidades públicas.


Confira alguns corte da entrevista de Edinho Silva a Juca Kfouri

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São Paulo como “núcleo duro” do bolsonarismo

Ainda assim, Edinho, ex-prefeito de Araraquara, disse que avançar em São Paulo é um dos principais desafios dessa segunda volta. Ele classificou como o estado como “núcleo duro” do bolsonarismo, movimento social que é ainda maior que a própria figura do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

“Nós temos um percentual da sociedade brasileira que infelizmente é racista, homofóbica, machista, xenófoba. E principalmente não admite a ascensão social“, afirmou. “E uma parte significativa desse eleitorado que pensa assim está em São Paulo.”

Por outro lado, Edinho afirma que, após a absolvição de Lula, que demonstrou que a Operação Lava Jato foi uma “farsa”, é possível “desmanchar” o antipetismo que ainda atinge principalmente setores da classe média, principalmente em São Paulo. “Vamos mostrar que o PT é capaz de liderar um campo político que vai conduzir o Brasil ao fortalecimento da nossa democracia, ao desenvolvimento econômico e inclusão social.”

Robôs e fake news x “militância orgânica”

Outro complicador, de acordo com Edinho, é que o bolsonarismo conta com uma máquina de produção e disseminação de fake news que funciona há quase uma década. Para ele, essas mentiras em série afeta principalmente o eleitor indeciso. Por outro lado, Edinho confia na organização da militância do campo progressista para vencer os mentiras e o discurso de ódio, nas redes e nas ruas.

“Nós não temos robôs, não temos plantação de perfis falsos. Mas nós temos uma militância orgânica. Temos pessoas, corações e mentes, que estão organizados, fazendo a disputa nas redes. Isso nós temos. E isso tem feito a diferença positivamente para nossa campanha”. Já as mentiras “extremamente agressivas” ficam a cargo da assessoria jurídica da campanha, que tem sistematicamente obtido vitórias no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fator Lula

Apesar das dificuldades no enfrentamento com o bolsonarismo, para Edinho, Lula é o principal fator que deve desequilibrar a disputa. Ele afirmou que o ex-presidente tem a capacidade de falar ao povo brasileiro na “linguagem” de quem já passou pelas mesmas dificuldades. Assim, segundo o coordenador de campanha, criando as condições para que o petista se comunique, Lula é “imbatível”, afirmou.

“Ele fala como alguém que passou por tudo que o povo brasileiro está passando. Fala como uma criança que vivenciou toda a privação que uma criança pode vivenciar, e que as crianças brasileiras vivem. Ele fala como um adolescente que ele foi, que sonhou com a possibilidade de um emprego. E sabe o quanto que o jovem brasileiro sofre com desemprego. Ele fala da condição de um trabalhador, que sabe o que representa o ganho real de salário e o que isso representa na renda da família. Ele fala da condição de um nordestino retirante, que sabe do sofrimento do povo nordestino”.

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