Reta final

Lula diz que Bolsonaro ‘não tem condições psíquicas de governar o Brasil’

Ex-presidente afirma que o chefe de governo brasileiro estava descontrolado no debate da Globo e que o Brasil hoje parece “uma filial do Trump”

Reprodução
Reprodução
“Sei o quanto e difícil debater com pessoas que descaradamente mentem"m disse Lula a Haddad

São Paulo – Em entrevista coletiva antes da caminhada com Fernando Haddad (PT) na Avenida Paulista, no fim da tarde deste sábado (29), último ato de campanha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o candidato ao governo de São Paulo pelo debate com o oponente Tarcísio de Freitas (Republicanos), cujo estilo é semelhante ao de Jair Bolsonaro (PL). “Sei o quanto e difícil debater com pessoas que descaradamente mentem. Nunca tinha visto uma fábrica de produzir mentira, maldade, inverdade (como essa)”, disse.

Lula afirmou que o chefe de governo estava descontrolado no debate da Globo e que Bolsonaro “não tem condições psíquicas de governar o Brasil”. Mais à frente, ironizou: “Não sei se aqui é uma filial do Trump, mas a fábrica de mentira é semelhante, e a gente precisa abolir isso”. Ele pediu votos para o candidato petista ao governo paulista.

Haddad falou sobre o caso do tiroteio em Paraisópolis e o fato de o cinegrafista da Jovem Pan ter sido obrigado a se desligar da emissora. O episódio revela a “covardia” do bolsonarismo, segundo ele. A entrevista foi acompanhada por aliados, como a deputada eleita Marina Silva (Rede), a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.

Tripla fake news

Presente ao evento, o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), pediu a palavra para desmentir uma tripla fake news de Bolsonaro no debate, sobre a transferência do chefe do PCC, Marcola. “Quem pediu a transferência não foi ele, foi o Ministério Público; quem autorizou (a transferência) não foi ele, foi o Trubinal de Justiça; e eu não era o governador, era o João Doria”, disse. “É uma mentira em relação a mim, em relação ao presidente Lula e em relação ao Ministério Público. E segundo o próprio Moro, ele (Bolsonaro) era contra a transferência”.

Em seguida, Alckmin citou um livro de Sergio Moro, no qual, à página 150, o ex-ministro da Justiça e atual apoiador de Bolsonaro relata que, na época, recebeu com surpresa uma mensagem de Bolsonaro dizendo que a transferência não deveria ser feita. Moro escreveu ter sido “surpreendido por uma mensagem dele (Bolsonaro) no meu celular, sugerindo cancelamento das transferências”. O motivo era que Bolsonaro “disse estar receoso” de o governo federal ser responsabilizado por possíveis retaliações do crime organizado.

Política externa

Aos jornalistas, Lula repetiu o que disse no debate da Globo sobre a desastrosa política externa de Bolsonaro. “Estamos totalmente isolados.” Uma das coisas que o petista disse pretender fazer é uma viagem para restabelecer relações com América Latina, Estados Unidos, China e União Europeia “para estabelecer um padrão de civilidade nas relações internacionais do Brasil”.