Em Santos

Haddad defende escolas em tempo integral e critica ‘guerra religiosa’

“O PT governou 12 anos. Me dá uma igreja que tenha sido fechada”, rebateu Haddad, sobre mentiras espalhadas pelo bolsonarismo

Divulgação/Haddad
Divulgação/Haddad
Haddad atacou os adversários por tentarem transformar as eleições em uma "guerra religiosa" – "Nós não precisamos disso"

São Paulo – O candidato a governador pela coligação Juntos por São Paulo, Fernando Haddad (PT), esteve nesta terça-feira (11) em Santos, no litoral sul paulista. Durante a manhã, se encontrou com apoiadores na Praça Mauá e falou com a imprensa. Haddad afirmou que, se eleito, vai ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola. Assim como no debate da noite anterior, ele alertou para os riscos de privatização da Sabesp e do Porto de Santos, como defende seu adversário, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (PL). Ao lado de Marina Silva (Rede), eleita deputada federal por São Paulo, Haddad também rebateu fake news propagadas pelo bolsonarismo, principalmente as mentiras de cunho religioso.

Ministro da Educação no governo Lula, Haddad disse que é contra o homeschooling, também conhecido como ensino domiciliar, que tramita no Congresso e cuja aprovação é a principal prioridade do governo do candidato à reeleição. Consiste no ensino em casa, por pais ou tutores, com metodologia e custos pagos pelo Ministério da Educação (MEC).

Ele defendeu a importância do ambiente escolar. “Criança tem que ir para a escola. Tem que ser socializada, fazer amigos, ter professores. Ela aprende a interagir com as outras pessoas, viver com os outros, respeitar. Vamos ampliar o tempo de permanência na escola, desde a creche, e fazer uma reforma no ensino médio”, disse o ex-ministro. Do mesmo modo, também prometeu fortalecer o ensino técnico, para garantir uma profissão ao jovem que sai do ensino médio.

Ex-prefeito de São Paulo, Haddad também falou sobre saúde. Defendeu a vacinação como estratégia no combate a doenças e criticou o negacionismo de Bolsonaro, que desestimula os pais a levarem seus filhos para vacinar. “O Bolsonaro é contra. Você tem que fazer campanhas para vacinação. A questão da poliomielite, que é a paralisia infantil, está com 50% das crianças vacinadas. Nessa época do ano, a gente já estaria com mais de 90%. Resultado disso é abrir espaço para a volta da doença.”

Fake news e “guerra religiosa”

Haddad tomou um café em um tradicional comércio do centro e reforçou o combate às fake news. “Tem uma ação de guerra santa, que está sendo criada artificialmente no país, e isso às vezes leva as pessoas ao erro. O Brasil não precisa de uma guerra, nós precisamos aprender a lidar com as diferenças e respeitar.”

E citou “vídeos ridículos” com as mentiras mais absurdas propagadas pelo bolsonarismo, como, por exemplo, a de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é cristão, teria um “pacto” com demônio. Ou ainda que, se eleito, o ex-presidente trabalharia para fechar templos e igrejas. “O PT governou 12 anos. Me dá uma igreja que tenha sido fechada”, rebateu Haddad.

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Privatizações

O candidato afirmou que o debate de ontem, na Band, serviu para esclarecer as diferenças entre ele e o bolsonarista Tarcísio. “Na Sabesp, quero fazer parcerias com o setor privado sem perder o controle acionário da empresa. Sem esse controle, quem vai sofrer é a população que mais precisa com uma conta mais cara para pagar todo mês”, disse.

Sobre o Porto de Santos, o petista comentou que também pretende fazer parcerias com o setor privado na administração dos terminais, mas disse que perder o controle da autoridade portuária “não é bom”. “Um grupo pode fazer um monopólio e trazer prejuízos para alguma atividade ao invés de contemplar toda diversidade da economia paulista”, acrescentou Haddad.

Câmeras da polícia

Da mesma forma, Haddad também voltou a criticar Tarcísio, que defende a retirada das câmeras nos uniformes dos agentes da Polícia Militar. “Do meu ponto de vista, a ideia de tirar a câmera dos uniformes vai trazer um prejuízo muito grande. Nós tivemos uma queda de letalidade de policiais no estado de São Paulo graças a essa iniciativa. Negar as evidências é muito ruim.”


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