Reconstrução

‘Transição foi uma grande feira da democracia’, diz Paulo Bernardo

Em entrevista para a Revista Brasil TVT, ex-ministro das comunicações detalhou partes dos trabalhos dos grupos responsáveis pelo relatório já finalizado e entregue ao presidente Lula

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/arquivo)
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/arquivo)

São Paulo – “Foi uma transição com maior participação que já aconteceu, talvez, no continente americano.” Assim Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e das Comunicações nos governos Lula e Dilma, definiu o grupo de trabalho criado para preparar o terreno para o terceiro mandato de Lula. Ele foi além. “A gente tinha a impressão de uma grande feira da democracia”, falou em entrevista veiculada neste sábado (17) pela Revista Brasil TVT, da Rede TVT, ao destacar a amplitude de participação tanto de pessoas diretamente ligadas ao processo quanto de quem se envolveu voluntariamente (assista abaixo a íntegra da entrevista).

“Chagamos a ter 940 pessoas oficialmente designadas. Em torno de 50 foram nomeadas pelo GT de transição, como se fossem funcionários do governo. Além disso, tivemos servidores públicos requisitados e pessoas que participaram como voluntárias”, continuou Paulo Bernardo. “Muita gente foi ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil, sede dos grupos de transição). As pessoas chegavam e falavam: ‘queria uma reunião com o GT’. Aí respondiam: ‘mas não pode, eles estão em uma reunião’, e as pessoas falavam: ‘nós vamos esperar aqui'”, detalhou.

Comunicações

Paulo Bernardo também revelou pontos específicos do grupo de transição das comunicações, do qual ele fez parte. “Fizemos um diagnóstico de tudo o que está acontecendo e um relatório com alguns problemas, potencialidades. Baseado na discussão com o presidente Lula na campanha, no plano de governo, apontamos políticas que podem ser implementadas já no próximo semestre”, contou. “Demos ênfase muito grande em torno de uma agenda que está meio parada, esquecida, que é a questão do ambiente digital, tudo o que acontece na internet”, acrescentou. “Tivemos uma encomenda do presidente para revitalizar o programa de inclusão digital. Ter internet na casa das pessoas. Já providenciamos um esboço bem desenvolvido e com certeza o governo vai entrar e transformar isso em um plano.”

EBC e Correios

Os Correios e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) foram outros dois assunto abordados por Paulo Bernardo sobre o grupo de transição. “No caso dos Correios, consideramos que é uma empresa que tem serviços essenciais. Se for feita a privatização, vai faltar quem faça em várias regiões. Na Avenida Paulista ou em Pinheiros vai sempre ter gente para entregar. Mas se está no interior do Pará, do Amazonas, do Acre, não vai ter facilidade de receber. A não ser que tenha uma empresa que tenha a obrigação de fazer isso e essa empresa são os Correios, que tem de estar em todos os municípios do Brasil.”

“A EBC tinha na nossa época do nosso governo, dois canais. Um para uma TV pública, que estava sendo construída e cada vez mais consolidada. E outro, um canal para a comunicação do governo. Não era uma TV pública, era do governo. Eles acabaram com isso e passou a ter um canal só. A TV pública foi praticamente abandonada. Fizemos a recomendação que a EBC voltasse a ter os dois canais.”

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