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Flávio Dino lista série de crimes cometidos por terroristas. Há mais de 1.200 presos. Assista

Ministro afirma que discurso de ódio de líderes políticos, como Bolsonaro, se materializou nos atos terroristas deste domingo. “Discurso ganhou pernas, braços, pernas e bombas”

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São Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou em entrevista na tarde desta segunda-feira (9) que centenas de envolvidos nos atos de terrorismo desde ontem serão indiciados por diversos crimes. Dino reiterou ainda a busca pela identificação e responsabilização criminal dos financiadores dos atos. E afirmou que não haverá juízo de valor precipitado quanto a omissão ou cumplicidade de autoridades, mas que tudo terá resposta judicial a partir das investigações, e que estas serão rigorosas. Entre os crimes pelos quais os envolvidos podem responder, segundo o ministro, estão golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado de direito, dano ao patrimônio público e associação criminosa.

“Há uma cadeia de eventos inéditos e atípicos a investigar”, disse Flávio Dino, na entrevista. “Estamos vendo a materialização do discurso de ódio. Há líderes políticos que são responsáveis pelo discurso de ódio que vimos nas sedes dos três poderes visando a um golpe de Estado. Discurso ganhou pernas, braços, pernas e bombas.”

Sem citar nomes, afirmou que “palavras têm poder e essas palavras se transformaram em ódio, e se transformaram em destruição”. De acordo com ele, “há líderes políticos responsáveis pelo discurso de ódio e destruição que vimos, visando um golpe de estado”.

Sobre possíveis responsáveis pelo terrorismo de ontem em Brasília, o ministro citou o ex-chefe de governo, que se refugiou na Florida (Estados Unidos). “Nesses anos o ex-presidente Bolsonaro e os que o seguem dirigiram frequentes ataques contra o Supremo”, provocando uma espécie de “migração do universo do ódio das redes sociais para a vida material”.

“Nunca minimizamos o terrorismo”

Questionado sobre desde quando o governo tinha informações relativas à iminência do ataque, respondeu que convocações desse tipo nas redes sociais se repetem desde o segundo turno da eleição. “Nunca minimizamos o terrorismo. Agimos com os meios disponíveis, e os meios não são os ideais. Por várias razões, entre as quais que não estamos operando numa situação de normalidade institucional. Houve a inoculação de valores exóticos na sociedade, como nas instituições de Estado.”

Ao questionamento sobre a ineficiência do Batalhão da Guarda Presidencial, Dino afirmou que a pergunta deveria ser encaminhada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). E completou dizendo também que as “medidas de contenção” deverão ser progressivamente assumidas pelo novo contingente da Força Nacional, que está chegando ao Distrito Federal no dia de hoje.

A Força Nacional vai manter a segurança ostensiva e a polícia do DF vai assumir as missões normais. Quando? “A dinâmica dos fatos é que vai dizer se serão três dias, uma semana ou um mês”, segundo o ministro da Justiça.

Por outro lado, Dino afirmou acreditar que o “país caminha para a absoluta normalização” e comentou que a reunião entre Lula e governadores, no final da tarde de hoje, “já é fruto da ideia de união nacional para proteger a democracia”. “O resultado da tragédia é a união nacional em prol da democracia”, acrescentou.

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