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Dino e Cappelli destacam necessidade de união. ‘A Constituição brasileira aqui está, e venceu’, diz ministro

Governo ressalta que a intervenção no Distrito Federal não foi um ato contra as corporações, mas em apoio a elas e ao sistema de Justiça

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“Não destruiu nem materialmente, nem simbolicamente. E a Constituição brasileira aqui está, e venceu”

São Paulo – O interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, e o ministro da Justiça, Flávio Dino, participaram de entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (13). Ambos ressaltaram a necessidade de união em torno da democracia e dos valores da República. Nesse contexto, na prática, o objetivo foi desfazer interpretações de que haveria uma “comoção” – segundo veiculado na mídia – na Polícia Militar do Distrito Federal com a prisão do comandante-geral Fábio Augusto Vieira, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O “evento de agradecimento”, nas palavras de Flávio Dino, foi realizado para “mostrar que a intervenção (determinada pelo presidente Lula) não foi um ato contra as corporações, foi em apoio às corporações de segurança e do sistema de Justiça do Distrito Federal”, disse o ministro Dino. “O que desejamos é que a intervenção seja temporária e o mais breve possível. A união exige uma segunda palavra: justiça”, continuou. Citando “milenar definição”, frisou que “a justiça exige dar a cada um aquilo que é seu”.

Incentivo à tropa

Com discurso claramente de incentivo à tropa e para separar setores democráticos dos golpistas da PM do DF, Cappelli disse: “Vi, sem precisar tomar iniciativa, os corregedores tomarem iniciativas de abrir inquéritos para apurar as condutas inadequadas (no dia 8). Vi muitos oficiais que estavam no campo defendendo a democracia machucados, cortados, e vou sair daqui com o comandante Klepter para visitar esses policiais”, revelou, em referência ao coronel da PM Klepter Rosa, que assumiu o comando da tropa com a intervenção.

Cappelli disse também que o momento exige equilíbrio e, como anteriormente, manifestou “plena confiança na Polícia Militar do Distrito Federal”. “São os mesmos homens e mulheres que garantiram uma operação exemplar no dia da posse do presidente Lula. A corporação não mudou do dia 1° para o dia 8.”

“Não é fácil o momento, mas, separando o joio do trigo, e fortalecendo e valorizando a corporação, a gente vai retomar a confiança de todos na corporação fundamental para democracia brasileira”, declarou ainda Cappelli.

A Constituição e o terror

Cena de terror

Flávio Dino encerrou o evento lembrando o gesto mais emblemático e, para muitos, assustador dos eventos terroristas que tomaram conta de Brasília no dia 8 de janeiro. Um homem foi visto com um exemplar da Constituição, que ergueu como um espólio de guerra à frente do Supremo Tribunal Federal, momento que materializou de fato e de direito o caráter terrorista dos eventos.

Segundo o ministro, o delegado Andrei Rodrigues, que assumiu o comando da Polícia Federal na terça-feira (10), revelou a ele que o objetivo “era rasgar, destruir materialmente” o exemplar simbólico da Constituição, que foi recuperado pela PF esta semana – fato noticiado até na imprensa de Portugal. “Não destruiu nem materialmente, nem simbolicamente. E a Constituição brasileira aqui está, e venceu”, concluiu o ministro da Justiça.

A réplica da Constituição de 1988 recuperada ficava em exposição no Salão Branco da Corte. Mas o exemplar original, do acervo do STF, não foi alvo da ação terrorista, pois estava no museu do tribunal.


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