Daniel Silveira é preso no Rio, um dia após perder foro privilegiado
Nova prisão foi motivada por descumprimento de medidas cautelares. PF afirma que havia “muito dinheiro” na casa de Silveira, condenado por atos antidemocráticos
Publicado 02/02/2023 - 09h50
São Paulo – O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) foi preso na manhã desta quinta-feira (2), em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, um dia após seu mandato de deputado federal ter sido encerrado e, portanto, ter pedido também o foro privilegiado. A prisão do bolsonarista foi decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a GloboNews, que primeiro anunciou a prisão e cita fontes da Polícia Federal, havia “muito dinheiro na casa” do ex-parlamentar no momento da detenção. O valor encontrado foi de cerca de R$ 270 mil.
Ainda segundo a emissora, , o ex-parlamentar ignorou os avisos e vinha insistindo no descumprimento de medidas cautelares também definidas pelo tribunal – como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de usar redes sociais e a concessão de entrevistas sem autorização judicial. No total, o parlamentar desrespeitou as medidas cautelares 175 vezes.
Completo desprezo
Nesta quarta-feira (1º), ele perdeu o mandato de deputado federal e, com isso, também o foro privilegiado. Nas eleições do ano passado, recebeu 1,5 milhão de votos para a vaga de senador pelo Rio de Janeiro, mas não se elegeu.
Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ataques e ameaças ao STF e seus ministros. A Corte também determinou a cassação de seu mandato. O deputado, entretanto, foi salvo por um indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na prática, a decisão significou o perdão da pena imputada ao parlamentar pelo STF.
Em dezembro do ano passado, pelo descumprimento sistemático das medidas judiciais impostas, o ministro Alexandre de Moraes determinou mais uma multa ao bolsonarista, de R$ 2,6 milhões, totalizando R$ 4,3 milhões em multas.
“As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em diversas ocasiões”, escreveu Moraes no documento que determinou a multa.
