Sem anistia

Após terrorismo em Brasília, cresce movimento de deputados dos EUA pela extradição de Bolsonaro

“Os Estados Unidos precisam parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”, defende deputada dos Democratas, que vê fascismo no Brasil. Senado Renan Calheiros pede prisão preventiva do ex-presidente ao STF

Reprodução/Youtube
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Bolsonaro foi internado no início da tarde de hoje, no AdventHealth Celebration, um hospital nos Estados Unidos, alegando fortes dores abdominais

São Paulo – A forte reação internacional contra os atos de terrorismo promovidos por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro ontem (8), em Brasília, impulsiona um movimento de parlamentares dos Estados Unidos que querem que o ex-mandatário seja expulso dos Estados Unidos. A deputada Alexandria Ocasio-Cortez, do Partido Democrata, disse ainda ontem, após a tentativa de golpe no Brasil, que a Flórida – estado onde está Bolsonaro – precisa  deixar de abrigar o ex-presidente brasileiro.

“Quase dois anos depois do dia em que o Capitólio dos Estados Unidos foi atacado por fascistas, vemos movimentos fascistas fora do país tentado fazer o mesmo no Brasil”, escreveu Alexandria no Twitter. “Devemos ser solidários com o governo democraticamente eleito de @LulaOficial. Os EUA devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”, acrescentou.

Segundo o portal g1, pelo menos cinco parlamentares dos EUA já defendem a extradição do brasileiro, por ser um dos responsáveis pelos atos terroristas em Brasília, na opinião deles. O também deputado democrata Joaquin Castro foi outro que se manifestou neste domingo. “Terroristas domésticos e fascistas não podem usar a cartilha de Trump para para minar a democracia”, escreveu. “Bolsonaro não deve se refugiar na Flórida, onde está se escondendo da responsabilidade por seus crimes.”

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Bolsonaro foi internado no início da tarde de hoje, no AdventHealth Celebration, um hospital com 220 leitos nas imediações de Orlando, na Flórida, alegando fortes dores abdominais. A informação é de Lauro Jardim, de O Globo. O brasileiro chegou no local, onde fica a Disneylândia, em 31 de dezembro, véspera da posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

“Fugiu na hora H”

Ao mesmo tempo, parlamentares brasileiros também se movimentam para que Bolsonaro seja devidamente “enquadrado” e que tenha suas responsabilidades sobre a movimentação golpista no país sejam apuradas. Em sua conta no Twitter e em entrevistas, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) é um dos mais enfáticos. “Além da CPI, como senador, pedi também ao STF a inclusão de Jair Bolsonaro no inquérito dos atos antidemocráticos como investigado e, se necessária, sua prisão preventiva dada sua condição de fugitivo”, escreveu o parlamentar, ex-presidente do Senado, já na noite de ontem.

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Renan vem defendendo inclusive, se necessário, o pedido de extradição do ex-presidente, caso ele não retorne voluntariamente ao Brasil para prestar depoimento no Congresso Nacional. O senador quer que ele responda às demandas das investigações sobre seus supostos vínculos com os criminosos que destruíram os palácios e prédios dos poderes em Brasília.

“E se ele se recusar a vir prestar depoimento, vamos pedir, nessa petição (ao STF), sua prisão preventiva”, disse à CNN. Para Renan, uma Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser instalada para investigar os atos de terrorismo bolsonarista na capital federal.

“É preciso, imediatamente, fazer a extradição do Bolsonaro para o Brasil, para que ele responda por todos os crimes que cometeu, e não apenas com relação às vítimas da covid-19. Em todos os momentos, o Bolsonaro foi esse que está aí: fugiu na hora H, quando estava para se deflagrar a invasão à sede dos três poderes”, disse o senador, desta vez ao portal UOL.

Renan também acusa o procurador-geral da República, Augusto Aras, de descumprir sua função e defender os interesses de Bolsonaro. O senador quer o afastamento do chefe do Ministério Público Federal.

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