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Cofre cheio e remédio contra impotência: os achados da PF em operação contra aliados de Lira

A Polícia Federal deflagrou a Operação Hefesto para apurar desvios de dinheiro da Educação. Estão na mira empresários ligados a Arthur Lira

Reprodução/Twitter
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Entre os envolvidos, empresários ligados a Lira. A investigação corre desde 2022. À época das compras, o presidente era o também aliado de Lira, Jair Bolsonaro (PL)

São Paulo – A Polícia Federal deflagrou hoje (1) uma operação contra aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Os 26 mandados de busca e apreensão da Operação Hefesto encontraram objetos de alto valor. Entre eles, um cofre recheado de dinheiro, além de medicamentos contra impotência sexual. Uma mala com grande quantia em reais também foi apreendida.

As diligências buscam apurar fraudes em licitações públicas para a compra de kits de robótica com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os indícios apontam para um prejuízo de R$ 8,1 milhões nos cofres públicos, em verbas que deveriam ter como destino escolas e estudantes de Alagoas.

Entre os envolvidos, estão empresários ligados a Lira. A investigação corre desde 2022. À época das compras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) era também aliado de Lira. O presidente da Câmara era responsável por controlar as verbas do FNDE.

A empresa de Alagoas, estado de Lira, ligada ao esquema é a Megalic. De acordo com registro oficial, o capital da empresa seria de R$ 1 milhão. Contudo, ela assinou contratos que chegam aos R$ 24 milhões com o Estado.

A empresária Roberta Lins Costa Melo e seu parceiro Edmundo Catunda são os titulares da empresa. Catunda é pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), que também é próximo de Lira.

Repercussão

Nas redes, internautas ligam o dinheiro com as verbas de emendas e do orçamento secreto durante a gestão Bolsonaro. Muitos também pedem uma revisão no papel do Legislativo sobre o Orçamento. Nesta semana, Lira tentou colocar o governo federal contra a parede com a chantagem de que a Câmara não aprovaria uma Medida Provisória (MP) que estrutura os ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para votar, entre outras questões, Lira exigia a liberação de emendas para deputados, em particular do Centrão. Há de se ponderar que não há ilegalidade na operação. Contudo, ficou evidente a dificuldade do Executivo para governar com grande parte do Congresso com poder elevado sobre o funcionamento da máquina pública.


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