São Paulo – Futuro ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL) sumiu dos holofotes desde que perdeu a eleição. Mas tem atuado nos bastidores, por uma lado, pressionando o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a contestar judicialmente o resultado das eleições. Por outro, tem dito a interlocutores que deseja declarar apoio aos manifestantes golpistas que fecham rodovias e acampam na porta de quartéis pedindo golpe. Nos últimos dias, os bloqueios nas rodovias diminuíram, mas aumentou o grau de violência utilizado pelos golpistas. Assim, Bolsonaro teme ser responsabilizado pela escalada da violência, caso acene a grupos que levam terror às estradas.

Nesta segunda (21), homens armados e encapuzados renderam motoristas, incendiaram caminhões e atacaram uma base da concessionária e uma praça de pedágio na BR-163 no Mato Grosso. Durante o final de semana, ações “terroristas” também foram registradas no interior de Santa Catarina.

Bolsonaro teria dito a esses interlocutores que os atos golpistas têm pessoas comuns que não seriam favoráveis a ações como uma intervenção militar, mas também fanáticos com potencial de criar episódios violentos que o colocariam em uma posição desfavorável. Desse modo, ele teme ser enquadrado pela Justiça – em especial pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – caso episódios com morte, por exemplo, venham a ocorrer.

De acordo com a colunista do UOL, o presidente cobra diariamente de Valdemar Costa Neto providências. O presidente do PL, por sua vez, teme que a contestação das urnas eletrônicas coloque em risco a eleição dos parlamentares que foram eleitos pelo partido. Com 99 deputados, o PL tem a maior bancada da Câmara dos Deputados.

Ex-mulher “bomba”

Outro fator que pode inibir os ímpetos golpistas de Valdemar é a sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira. Durante uma live no Instagram, transmitida na última terça-feira (15/11), ela afirmou que vai transformar a vida dele em “um inferno” por ter “contestado a democracia”. E disse ainda que vai revelar “crimes” cometidos pelo ex-marido e pelo clã Bolsonaro.

“Ai Valdemar, essa sua mensagem que você vai contestar a democracia nas eleições, você me levou pro heaven (céu) agora. Esqueceu que eu tenho uma porrada, uma quantidade gigante de documentação sua na época do car wash [lava jato] e sua atual? E mais, a evasão de divisa e sonegação dos Bolsonaro aqui?”, ameaçou Maria Christina.

Ela afirma que o passado de Valdemar tem uma “sujeirada danada” e cita “porto de Santos, aeroporto e tráfico de drogas”. “Fora que você gastou R$ 1 milhão de dinheiro do partido para comprar essa auditoria”, afirmou ela, fazendo alusão à investida do partido contra as urnas eletrônicas.

Além disso, Maria Christina afirmou que Valdemar sempre desdenhou de Bolsonaro, a quem chamava “baixo clero burro”. Disse ainda, que após se separar do dirigente, a atual primeira-dama Michelle Bolsonaro teria sido “peguete” – amante – de Valdemar.

Confira as declarações da ex de Valdemar: