Bolsonaro é desmentido por venezuelana presente na visita a São Sebastião

Mulher rechaçou que espaço no Distrito Federal explorava sexualmente crianças. Desmentido vem após presidente afirmar ter pintado um clima entre ele e meninas de 14 e 15 anos durante passeio de moto

(Clauber Cleber Caetano/PR)
(Clauber Cleber Caetano/PR)
Bolsonaro disse ter pintado um clima entre ele e crianças de 14 e 15 anos

O presidente Jair Bolsonaro foi desmentido por uma das venezuelanas visitadas por ele em São Sebastião, distrito do Distrito Federal, onde insinuou haver no local meninas de 14 e 15 anos sob exploração sexual. A mulher, que não quis se identificar, afirmou que no dia da ida do presidente estava sendo realizada uma ação relacionada a um curso de estética. “Uma brasileira que fazia curso de estética vinha até aqui para fazer a prática do que estava aprendendo, de corte de cabelo, design de sobrancelha. Então, nós reuníamos um grupo de mulheres”, disse, segundo matéria publicada neste domingo (16), pelo UOL.

A fala de Bolsonaro vai além de insinuar exploração sexual de meninas. Ele detalhou que conheceu o local após, em um de seus muitos passeios de moto, dar uma parada e revelar ter pintado um clima entre ele e as crianças. “Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para que? Ganhar a vida”, disse Bolsonaro no canal Paparazzo Rubro-Negro do YouTube, na sexta-feira (15).

Entre assassinos, pedófilos e estupradores

A fala imediatamente tomou conta das redes sociais com repulsas de todos os lados e acusações de pedofilia. A repercussão assustou Bolsonaro, que abriu uma live de madrugada para tentar se explicar. Na transmissão, recebeu apoio de Gabriel Monteiro em uma mensagem. Gabriel Monteiro era vereador no Rio de Janeiro e foi cassado em agosto por acusações de prática de pedofilia, dentre outras. O ex-vereador não é o único com histórico de crimes a apoiar Bolsonaro. O ex-goleiro Bruno, condenado por assassinato da mãe de sua filha; o jogador Robinho, condenado por estupro na Itália; e Guilherme de Pádua, condenado por assassinato, são mais alguns do vasto grupo.

‘Asqueroso e pervertido’

Em uma série de tuítes, Guilherme Boulos, deputado federal eleito pelo Psol, resumiu boa parte da repulsa manifestada pelas redes sociais. “Não existe ‘pintar clima’ entre um adulto e uma criança de 14 anos. O nome disso é pedofilia. É um asqueroso e pervertido. Esse é o candidato que diz defender a moral e a família? Se você tem uma filha, irmã, sobrinha ou neta com 14 anos de idade ou menos. Se você é contra a pedofilia. Não vote em Bolsonaro”, manifestou-se Boulos. Neste domingo, a preocupação do campo bolsonarista foi tão grande que chegou a pagar um anúncio no Google para afirmar que o presidente não é pedófilo.

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