Destruição

Bolsonaro deixou só R$ 25 mil para atender desastres em 2023, diz ministro

Segundo Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, o governo Lula recompôs o orçamento para o setor a partir da PEC da Transição. Valor deixado era equivalente ao que Bolsonaro gastou com hambúrgueres

Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil
São Sebastião, Bertioga e Ilhabela ficaram sem verbas federais para prevenção de desastres nos últimos três anos

São Paulo – O ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Waldez Góes, afirmou nesta terça-feira (21) que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou apenas R$ 25 mil para o combate a desastres naturais em 2023. O valor corresponde ao que ele gastou em uma hamburgueria com uma comitiva de 200 pessoas, durante três dias, em Juazeiro do Norte durante o seu governo.

O valor, porém, foi recomposto pelo governo Lula, a partir da aprovação da PEC da Transição. “Não temos problemas de recursos orçamentários e nem financeiros. Para dar resposta a desastres, a previsão era de só R$ 25 mil, que estavam no orçamento de 2023. No entanto, a medida provisória corrigiu isso e temos recursos suficientes para o apoio”, disse Góes em entrevista ao portal Uol.

O valor citado pelo ministro se refere especificamente a ações voltadas para “obras emergenciais de mitigação para redução de desastres” do MDR. Para o período também houve corte de 94% nas verbas para “execução de projetos e obras de contenção de encostas em áreas urbanas”. Para 2023, estavam previstos apenas R$ 2,7 milhões, contra mais de R$ 50 milhões no orçamento do ano anterior.

Governo trabalha contra novos desastres

O ministro afirmou que a prioridade do governo federal é conduzir obras de prevenção e, assim, evitar que novos desastres no país. Durante o fim de semana, as fortes chuvas que castigaram o litoral norte de São Paulo deixaram ao menos 44 vítimas fatais. Outras 49 pessoas ainda estão desaparecidas.

“Temos o levantamento de 14 mil pontos no Brasil com risco muito alto de deslizamento. Aproximadamente 4 milhões de pessoas vivem nessas regiões já mapeadas pelo governo. É fundamental haver continuidade em programas habitacionais de demanda dirigida”, disse Góes.

O ministro destacou o esforço conjunto dos ministérios para garantir socorro às famílias atingidas. Ele afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a Marinha a ajudar no resgate das vítimas. Também nesta terça, um navio da Marinha atracou no porto de São Sebastião (SP) com 40 toneladas de alimentos arrecadadas para as vítimas das fortes chuvas no litoral norte.