Bloqueios golpistas em rodovias diminuem e partem para mais violência
Em Mato Grosso, homens armados e encapuzados renderam motoristas e atearam fogo em caminhões. Em Santa Catarina, “terroristas” usaram bombas caseiras, diz a PRF
Publicado 21/11/2022 - 17h07
São Paulo – De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), rodovias dos estados de Mato Grosso, Rondônia e Paraná registram bloqueios e interdições nesta segunda-feira (21). As manifestações golpistas se negam aceitar a a derrota nas eleições. No interior de Mato Grosso, dois caminhões foram incendiados nesta manhã na BR-163, na altura de Sinop. O município fica 480 quilômetros ao norte de Cuiabá e dentro da Amazônia Legal. Testemunhas disseram que os motoristas foram rendidos por homens armados e encapuzados, que atearam fogo nos veículos.
Segundo reportagem do portal UOL, uma testemunha disse que os responsáveis pelo ataque desta segunda-feira portavam armas de grosso calibre. “Os caras encapuzados, armados com uma arma ponto 40. Meteram bala, tiraram o motorista de dentro e meteram fogo nos dois caminhões”, relatou a testemunha.
Na noite de sábado (19), um grupo de 10 pessoas apareceu em vídeo atirando e colocando fogo em caminhões na base da concessionária que administra a mesma rodovia entre os municípios de Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
Caminhões são incendiados na
— tuca (@tucabr54) November 21, 2022
BR 163 em Sinop MT sentido a Itaúba MT. 🤔🤔🤔 pic.twitter.com/ZgxInHOUbD
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) cobrou punição aos envolvidos.
ABSURDO: Passou da hora dos terroristas que estão nas estradas serem punidos. “Os caras encapuzados, armados com uma arma ponto 40. Meteram bala, tiraram o motorista de dentro e meteram fogo nos dois caminhões.” Passou da hora desses criminosos estarem na cadeia!
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) November 21, 2022
Terror em Santa Catarina
O interior de Santa Catarina também registrou protestos violentos durante o final de semana. Em nota nesta segunda, a PRF afirmou que os bloqueios usaram “métodos terroristas”. “Em quase todos os pontos, os métodos utilizados lembraram os de terroristas ou de black blocs”: bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina, rojões, óleo derramado intencionalmente na pista, “miguelitos” (pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores cortados e jogados deliberadamente na pista”, disse a corporação.
Os policiais afirmaram ainda que em vários pontos houve depredação do patrimônio público, com a destituição de grades de proteção da rodovia. Assim como ocorreu em Mato Grosso, os baderneiros golpistas também estavam encapuzados. No entanto, a PRF afirmou que já identificou alguns líderes do movimento, e disse que preparar operações para prender os envolvidos.
Um homem de 37 anos foi preso durante uma das ações na cidade de Joinville. A PRF não revelou a sua identidade. Ainda assim, ele vai responder por associação criminosa, exposição a perigo em outro meio de transporte público, impedindo ou dificultando o funcionamento, destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia e desobedecer a ordem legal de funcionário público.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 pessoas físicas e empresas suspeitas de financiar atos de bolsonaristas golpistas. Eles devem prestar depoimento à Polícia Federal em até 10 dias. Entre os suspeitos, estão empresários de transportes, de maquinário agrícola e até do setor financeiro.
Enquanto os bloqueios golpistas nas rodovias prosseguem, em menor número, mas mais violentos, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, está em férias. Em meio a investigações sobre omissão e uso indevido do cargo, Vasques afastou-se no dia 16.