Barreiras contra a democracia

Ações da PRF para dificultar o voto teriam sido combinadas com comitê bolsonarista

Dia de votação foi marcado por relatos de ações policiais para atrasar ou impedir o voto, em especial, no Nordeste

Nando Motta/Twitter
Nando Motta/Twitter
Há relatos de blitz policiais em que os agentes perguntavam em quem os abordados votariam. Caso fosse Bolsonaro, seguia viagem

São Paulo – O dia de votação hoje (30) foi marcado por denúncias de tentativas de dificultar ou impedir eleitores de chegarem às urnas, segundo relatos todo o dia nas redes sociais de ações policiais, em especial da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Reportagem do jornalista Lauro Jardim, do Globo, levantou que as ações teriam sido combinadas em reunião no Palácio da Alvorada no último dia 19.

Segundo o colunista, naquela quarta-feira o núcleo da campanha de Jair Bolsonaro traçou algumas estratégias para a reta final das eleições. Entre elas, estariam as ações da PRF. A expectativa era justamente de impedir a chegada de eleitores em colégios eleitorais dominados pela preferência em Lula.

Há também relatos de blitz policiais em que os agentes perguntavam em quem os abordados votariam. Caso fosse Bolsonaro, seguia viagem. Caso o voto fosse em Lula, mais blitz e maior o tempo de parada.

Operações da PRF suspensas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) despachou ordem para suspender as ações da Polícia Federal (PF) e da PRF. Foram 272 apenas no Nordeste, 122 no Centro-Oeste, 59 no Norte, 48 no Sudeste e 48 no Sul. Regiões em que Lula concentra maior quantidade de votos, em especial no Nordeste. A chapa do candidato da coligação Brasil da Esperança chegou a pedir a prisão do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que ordenou as ações e que também postou nas redes sociais um pedido de voto em Bolsonaro.

Em um dos relatos mais impressionantes, creditado a uma advogada que atuaria no Supremo Tribunal Federal (STF), a mulher explica como foi a chantagem com seu filho. “Meu filho levou 3h para chegar da Tijuca a Campo Grande. Motivo: 3 blitz. Na 2ª, o policial perguntou: ‘Vão votar certo?’ Meu filho: ‘Sim, em Bolsonaro’. O policial disse: ‘Então vocês não vão parar mais’. E colou um adesivo no vidro do carro”. A grafia original do tuíte foi mantida.

Confira os relatos:


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