Campanha ilegal

PT irá ao TSE contra viagem eleitoreira de Bolsonaro a Londres, diz senador

“É um escândalo Bolsonaro sair do país para fazer campanha no funeral de uma chefe de Estado. E cercado de apaniguados bancados à custa do erário. Isso apequena o Brasil e viola a lei”, disse Humberto Costa, que é um dos coordenadores da campanha de Lula à Presidência

Reprodução Twitter
Reprodução Twitter

São Paulo – O senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou neste domingo (18) pela sua conta no Twitter que a viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Londres para o funeral da rainha Elizabeth II, transformada em campanha eleitoral internacional, será denunciada aos órgãos competentes. Entende-se por órgão competente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“É um escândalo Bolsonaro sair do país para fazer campanha no funeral de uma chefe de Estado. E cercado de apaniguados bancados à custa do erário. Isso apequena o Brasil e viola a lei. Vamos recorrer aos órgãos competentes para que mais essa malandragem seja investigada”, disse o parlamentar, que é um dos coordenadores da campanha de Lula (PT) à Presidência da República pela coligação Brasil da Esperança.

“Não é novidade ver que Bolsonaro não tem respeito pela dor de ninguém nem no momento da morte. Fez isso sobre os cerca de 700 mil cadáveres de brasileiros vítimas da Covid. E, agora, promove esse espetáculo dantesco no Reino Unido. Sem contar que essa viagem desnecessária e eleitoreira levou o Estado brasileiro a arcar com mais duas igualmente inúteis: a do vice-presidente da República e a do presidente da Câmara, que foram obrigados a deixar o país por força da lei”, destacou Costa.

Leia mais: Tô em Londres. Minha campanha eleitoral é internacional, pô

Lula: ‘Louvável Bolsonaro no velório da rainha, mas não pra fazer campanha’

Na manhã de ontem, da sacada da Embaixada, Bolsonaro gritou para apoiadores que “nossa bandeira jamais será vermelha” e ainda “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão’. Antes do presidente chegar, eles haviam rezado o Pai Nosso. Os apoiadores causaram agitação nas ruas, contrastando com os dias de respeito e consternação pela morte da rainha Elizabeth no último 8 de setembro.

No local, houve também uma manifestação da ONG de direitos humanos Brazil Matters, que exibiu cartazes com mensagens como “Bolsonaro é uma ameaça ao planeta e à humanidade” e “Parem Bolsonaro pelo futuro do planeta”. Os militantes, cerca de 10 pessoas, foram hostilizados pelos apoiadores do presidente e tiveram de ser protegidos por policiais.

Bolsonaro deixou Embaixada no início da tarde, junto com Michelle Bolsonaro e sua comitiva. E se dirigiu ao Westminster Hall, para prestar homenagem à rainha Elizabeth II, onde e assinou o livro de condolências à monarca. Segundo a assessoria, Bolsonaro ainda participa de uma recepção da família real britânica para todos os chefes de Estado e de Governo convidados.

Bolsonaro viajou no sábado (17) com Michelle Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o assessor Fabio Wajngarteno, o pastor Silas Malafaia e o padre Paulo Antônio de Araújo. A comitiva ficou hospedada na Embaixada do Brasil em Londres. No entanto a viagem forçou outras duas, de Hamilton Mourão e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Como ambos são candidatos, caso assumissem a Presidência, se tornariam inelegíveis. Assumiu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).


Leia também


Últimas notícias