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‘Lula voltou ao jogo e virou referência do povo’, diz Gleisi. ‘Temos que livrar a política do ódio’

“O ódio e a violência não podem ser instrumentos da política. Temos que livrar a política disso”, diz presidenta do PT a Juca Kfouri

Reprodução/Youtube
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São Paulo – Em entrevista ao programa semanal Entre Vistas, com Juca Kfouri, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, destacou a importância de o eleitor comparecer. “Não dá pra se abster. O voto é a principal arma que nós temos. Não são as armas do Bolsonaro, é o voto que vai definir um projeto de país”, disse. A deputada lembrou que ainda há quase 10% de indecisos em relação aos votos. “Queremos conversar com essas pessoas.” O programa semanal das quintas-feiras foi ao ar excepcionalmente nesta quarta, às 22h.

Questionada se, ante sua longa experiência como política, considera a eleição de 2022 “a mais difícil que já enfrentou”, Gleisi respondeu que é a “mais desafiadora”. Segundo ela, a partir do momento em que Lula recuperou seus direitos políticos, ele “entrou no jogo político e se transformou na referência do povo”.

Por isso, a campanha em si foi muito positiva, afirmou. “Mas é desafiadora, porque não estamos concorrendo com um candidato que discute ideias, mas num enfrentamento com uma pessoa que despreza a democracia e as regras do jogo, que acha que a violência e o ódio são instrumentos políticos. E também causa sofrimento às pessoas.”

A parlamentar e dirigente citou agressões que têm ocorrido contra a militância de seu partido, mortes, ataques e atentados. O caso mais emblemático foi o assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em 9 de julho, pelo bolsonarista Jorge Guaranho. “Temos que livrar a política disso. O ódio e a violência não podem ser instrumentos da política”, disse Gleisi. “Nesse sentido é que digo que (a eleição) é desafiadora”.

Brasil no mundo e pós-Bolsonaro

Segundo ela, a importância da eleição se reflete no interesse internacional pelo pleito e no número “impressionante” de pedidos de entrevistas que ela, Lula e outros dirigentes têm recebido. “Os rumos do Brasil definem um pouco a política no nosso continente. E Bolsonaro se transformou numa referência da extrema direita, de tudo o que é ruim.”

O pós-Bolsonaro

Sobre o que se pode fazer para evitar que a eleição de um extremista como Bolsonaro se repita, já que o bolsonarismo não vai desaparecer, a presidente do PT destacou três pontos. “Ter compromisso com a democracia”, pois segundo ela “o que desencadeou tudo isso foi o golpe contra a Dilma”. Em segundo lugar, as instituições e o Judiciário terem “clareza de que a justiça não pode ser utilizada para disputa política”.

Por último, disse, “trabalhar a consciência popular”. “Não basta ganhar a eleição. A extrema direita disputa a cabeça das pessoas. Precisamos fazer isso também, conversar sobre o que significa a democracia e os projetos que queremos.” Os movimentos sociais têm importância nesse processo, destacou. Assista.


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