Corrupção

Família Bolsonaro: ’51 imóveis em dinheiro vivo’ é destaque nas redes sociais

Escândalo imobiliário da família presidencial ficou entre os termos mais comentados do Twitter: “Agora a casa caiu de vez”, disse Xico Sá

Reprodução/Twitter @debocheria
Reprodução/Twitter @debocheria
Internautas também fizeram memes com suposto talento para o ramo imobiliário da família Bolsonaro

São Paulo – Após a divulgação de reportagem com documentos que comprovam que a família Bolsonaro utilizou dinheiro em espécie em diversas transações imobiliárias ao longo das últimas décadas, o tema ganhou destaque nas redes sociais. Até a tarde desta sexta-feira (9), o termo “51 imóveis em dinheiro vivo” somou mais de 62 mil menções, figurando nos trending toppics (assuntos mais falados) do Twitter. Assim, políticos, jornalistas, influenciadores e demais usuários ironizaram o discurso de suposto combate à corrupção empunhado por Bolsonaro na sua campanha à reeleição.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o clã Bolsonaro “tentou fazer o de sempre: mentir”. Mas a família acabou desmentida pela reportagem. Durante a semana, Bolsonaro e seus filhos alegaram que os jornalistas teriam interpretado erroneamente “moeda corrente” como “dinheiro vivo”. O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato a deputado federal, Guilherme Boulos (Psol-SP) disparou: “Bolsonaro e os filhinhos não gostam de serem incomodados só porque a família comprou 51 imóveis em dinheiro vivo”.

Para o jornalista Xico Sá, “se antes já era bomba”, agora “a casa caiu de vez”. Por outro lado, o senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que Bolsonaro (PL) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desse modo, tentou tirar do ar cenas da propaganda eleitoral petista que abordam o escândalo imobiliário. “O presidente não quer que você saiba que ele e sua família compraram 51 IMÓVEIS EM DINHEIRO VIVO”, tuitou. “Jair trucou e os jornalistas pediram seis”, comentou outro perfil.

Confira mais tuítes sofre a farra imobiliária da família Bolsonaro

Evidências

Na semana passada, os jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, da Folha de S.Paulo, revelaram que a família do presidente negociou 107 imóveis nos últimos 30 anos. E 51 deles em dinheiro vivo. Agora, a dupla divulgou evidências, entre escrituras e dados de quebras de sigilo obtidos pelo Ministério Público do Rio Janeiro (MP-RJ). O levantamento confirma que pelo menos metade do patrimônio em imóveis do presidente e seus familiares foram pagos de maneira nada usual. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale a R$ 25,6 milhões.

A reportagem também revelou que outros 30 imóveis foram adquiridos por meio de cheque ou transferência bancária. As transações essas transações somam R$ 17,9 milhões (corrigidos). Além disso, não foi possível identificar a forma de pagamento de outros 26 imóveis, que somam gastos de R$ 1,9 milhão.

Além da forma de pagamento pouco convencional, típica de quem quer esconder transações ilícitas, a própria evolução patrimonial da família também é incompatível com os ganhos que Bolsonaro e os filhos obtiveram como parlamentares nas últimas décadas.