11 de agosto

Moraes: ato reforça ‘orgulho na solidez e fortaleza da democracia’

Ex-ministro Celso de Mello disse que “gesto histórico” em defesa do regime democrático é “severa advertência” a Bolsonaro e seus seguidores

Lucas Martins/@lucasport01/Nelson Jr./SCO/STF
Lucas Martins/@lucasport01/Nelson Jr./SCO/STF
Relator da candidatura de Bolsonaro, Moraes assume a presidente do TSE na semana que vem

São Paulo – O ministro Alexandre de Moraes, que toma posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima terça (16), exaltou o ato em defesa da democracia que ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na manhã desta quinta-feira (11). O evento reuniu milhares de pessoas para acompanhar a leitura de dois documentos: o manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assinada por cerca de 120 entidades civis brasileiras; e a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, que já chega à casa de um milhão de assinaturas.

“No histórico dia 11/8, a Faculdade de Direito da USP foi palco de importantes atos em defesa do Estado de Direito e das Instituições, reforçando o orgulho na solidez e fortaleza da Democracia e em nosso sistema eleitoral, alicerces essenciais para o desenvolvimento do Brasil”, escreveu Moraes nas redes sociais.

Assim, o ato no Largo do São Francisco e diversas manifestações por todo o país são uma resposta às ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro. Isso porque o atual ocupante do Palácio do Planalto insiste em levantar suspeitas infundadas sobre a lisura do processo eleitoral. Além disso, ameaça não reconhecer o resultado das urnas, em caso de derrota, nas eleições de outubro.

Moraes, que comanda o inquérito das fake news no STF, é alvo preferencial de insultos por Bolsonaro. No ano passado, em atos golpistas no 7 de setembro, o presidente xingou o ministro de “canalha”, e ameaçou não desacatar suas decisões judiciais. Recentemente, Moraes foi sorteado como relator da candidatura de Bolsonaro no TSE.

“Advertência a Bolsonaro”

Quem também se manifestou foi o ex-ministro do STF Celso de Mello. Ao jornal O Estado de S.Paulo, o jurista citou o ato na Faculdade de Direito da USP como “gesto histórico de inequívoco apoio da cidadania ao regime democrático”. Do mesmo modo, disse se tratar de uma “severa advertência ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus epígonos (discípulos)”. Além disso, também representa uma “veemente repulsa à pretensão de mentes sombrias e autocráticas”.

“Enquanto houver essa legítima resistência da cidadania, fundada na autoridade suprema da Constituição da República, em oposição àqueles que minimizam e degradam o valor eticamente superior da ordem democrática, não haverá espaço possível reservado à intolerância, ao ódio, ao tratamento do adversário político como inimigo, a manifestações ofensivas à institucionalidade, à formulação de pretensões autoritárias, ao desrespeito à ‘rule of law’ e à transgressão dos princípios estruturantes consagradores do Estado Democrático de Direito”, disse o magistrado.

Mello havia sido convidado para fazer a leitura da Carta aos Brasileiros na USP. No entanto, em nota enviada ao ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo Luiz Antônio Marrey, ele declinou do convite por motivos de saúde. Mas fez questão de assinar o manifesto.

Confira imagens da cobertura colaborativa do 11 de agosto pelo Brasil


Leia também


Últimas notícias