Eleições 2022

Lula mantém liderança mesmo com melhora de avaliação do governo Bolsonaro

Pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje traz Lula com 44% e Bolsonaro com recuperação na imagem do governo, mas sem fôlego para mudar o quadro da disputa pela presidência

Alan Santos/PR e Ricardo Stuckert
Alan Santos/PR e Ricardo Stuckert
Pesquisa mostra que melhora a avaliação de Bolsonaro, mas isso não altera a liderança de Lula na disputa pela presidência

São Paulo – Nova pesquisa Genial/Quaest sobre a corrida eleitoral para a Presidência da República foi divulgada nesta quarta-feira (3) sem mudanças significativas no cenário eleitoral. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua liderando a disputa, com 44% de preferência para o primeiro turno, com variação de um ponto a menos em relação à pesquisa de julho, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, sobe um ponto e chega a 32%.

Ciro Gomes (PDT) mantém a terceira posição, com 5%. André Janones (Avante), que deve deixar a disputa, tem 2%, assim como Simone Tebet (MDB). E Pablo Marçal (Pros), 1%. Esses números são da pesquisa estimulada, quando a lista de candidatos é apresentada ao eleitor.

A pesquisa apresentada hoje também mostra melhora na imagem do governo Bolsonaro, que agora tem 27% (aumento de um ponto) de avaliação positiva e 43% (queda de quatro pontos) de avaliação negativa. Este é o menor nível de rejeição ao governo desde que a pesquisa começou a ser feita, em julho de 2021. Essa melhora de avaliação reflete as medidas do governo para melhorar sua condição na disputa eleitoral, como a PEC do Desespero, que aumentou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600, e o corte do ICMS dos estados no preço da gasolina.

“Mas, mesmo com a melhora, a situação de Bolsonaro comparativamente aos presidentes que buscaram a reeleição ainda é bem negativa”, avalia o diretor da pesquisa e professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Felipe Nunes. Fernando Henrique Cardoso em 1998 chegou no começo de agosto com rejeição de 18%, Lula em 2006 com 22% e Dilma em 2014 com 24%. “Bolsonaro tem o dobro da rejeição deles”, destaca Nunes.

O processo de recuperação da imagem do governo aparece nos eleitores que recebem o Auxílio Brasil. Em junho, a distância entre a avaliação negativa e a avaliação positiva era de 27 pontos. Em agosto, a diferença caiu pra 11 pontos. Não houve mudança entre quem não recebe o benefício.

O governo também voltou a recuperar sua imagem entre os eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018. Já são 57% dos eleitores do presidente que avaliam como ótimo/bom o governo Bolsonaro. No começo do ano, eram apenas 45%.

O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 120 municípios das cinco regiões do país entre 28 e 31 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o nível de confiança, de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sobe o código BR-02546/22.

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