São Paulo

Estudantes e movimentos sociais fazem ato pela democracia na Avenida Paulista

Manifestantes protestaram contra os cortes na Educação e as ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral. “Vamos lutar nas urnas no dia 2 de outubro contra o autoritarismo”, disse Boulos

Guilherme Gandolfi
Guilherme Gandolfi
Ato encerrou dia de lutas pró-democracia na capital paulista

São Paulo – Movimentos sociais, movimento estudantil e sindicatos realizaram manifestação em defesa da democracia na Avenida Paulista, nesta quinta-feira (11). As organizações, que fazem parte das frentes Brasil Popular e Povo Sem medo, e também compõem a campanha “Fora, Bolsonaro“, se reuniram no final da tarde no vão livre do Masp. No início da noite, todas as faixas da avenida sentido Consolação foram interditadas da Rua Pamplona a Consolação.

O protestos também marcam o Dia do Estudante. O movimento estudantil denuncia os cortes na Educação promovidos pelo atual governo. Além disso, é mais uma reação às ameaças do presidente Jair Bolsonaro à democracia. O atual ocupante do Palácio do Planalto ataca o sistema eleitoral e convoca novas manifestações golpistas para o dia 7 de setembro. Assim, como resposta, os movimentos progressistas devem voltar às ruas quatro dias depois, no dia 11 de setembro.

“Nós vamos lutar nas urnas no dia 2 de outubro contra o autoritarismo, a política da miséria, intolerância e ódio”, afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (Psol-SP), candidato a deputado federal.

Do mesmo modo, Sônia Guajajara (Psol-SP), que também disputa vaga na Câmara dos Deputados, afirmou que é preciso defender e aprofundar a democracia. “A gente sabe que não existe democracia completa em uma sociedade onde o povo passa fome.”

Democracia sempre

Assim, as manifestações de hoje dão continuidade aos atos da manhã, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O evento reuniu milhares de pessoas para a leitura do manifesto Em Defesa da Democracia e da Justiça, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) assinada por cerca de 120 entidades civis brasileiras. Posteriormente foi lida a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. O documento já tem com mais de 980 mil assinaturas.

A estudante Clara Fodor, de 24 anos, acredita que os estudantes devem se aliar aos trabalhadores na luta contra o autoritarismo, por uma política “independente”. “No ato da manhã não tínhamos empresários falando sobre a fome, porque não se importam com isso. Esse é o papel do estudante, levar esses assuntos para a população”, diz.

Ela observa que a universidade por muito tempo exaltou interesses da elite. “Nosso papel como movimento estudantil  é construir um espaço a serviço dos trabalhadores e do povo”, diz. Mas pondera o risco de partidarização: “Esse é um ato que está tomando rumo partidário, que tende para uma chapa que parece ser livre de qualquer crítica: Lula e Alckimin. Isso é extremamente problemático”.

“É de fundamental importância, não só no Dia do Estudante, assegurar o direito constitucional da democracia, que está ameaçado”, disse o advogado Francisco de Assis, 65 anos, da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados de São Paulo.

A terapeuta educacional Marcela Azevedo, 38 anos, integrante do movimento Mulheres em Luta, destacou as ameaças às liberdades democráticas. “Sabemos que o governo Bolsonaro é inimigo das mulheres trabalhadoras e jovens. Sempre defendeu ideias retrógradas à liberdade dessa parte da população. E estamos aqui para compartilhar desse sentimento que é o Fora, Bolsonaro.”

Nas redes sociais

Pelas redes sociais, os manifestantes também divulgaram registros do ato na Avenida Paulista em defesa da educação e da democracia.

Confira imagens da cobertura colaborativa do 11 de agosto pelo Brasil

Redação: Tiago Pereira, com informações de Juliano Galisi, Luísa Monte, Luiza Pojar e Nathalia Jesus, da equipe da Revista Esquinas, da Faculdade Cásper Líbero, em colaboração com a RBA