Desmoralizado

Parlamento Europeu condena Bolsonaro por ataques a direitos humanos e ambientais

A resolução foi aprovada por ampla maioria dos eurodeputados. O texto tece duras críticas contra Bolsonaro. Acordos de cooperação econômica podem ter sido enterrados

Reprodução Youtube
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"Os eurodeputados condenam veementemente o brutal assassinato de defensores do ambiente e dos direitos humanos, bem como de indígenas no Brasil"

São Paulo – O Parlamento Europeu aprovou hoje (7) uma resolução que condena o governo de Jair Bolsonaro por sua política ambiental e de direitos humanos. Os eurodeputados apontaram as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips como exemplo de violação no país. O texto repudia nominalmente Bolsonaro e a resolução pode impactar acordos econômicos entre países do bloco e o Brasil.

O Parlamento Europeu denuncia “violência crescente, ataques e assédio contra defensores dos direitos humanos e ambientais, indígenas, minorias e jornalistas”. O documento ainda exige que o Brasil se comprometa com a adesão a acordos climáticos e com a garantia de cumprimento de tratados internacionais de direitos humanos, antes de qualquer aproximação.

“Os eurodeputados condenam veementemente o brutal assassinato de defensores do ambiente e dos direitos humanos, bem como de indígenas no Brasil, mais recentemente o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do ativista brasileiro Bruno Pereira. Eles pedem às autoridades brasileiras que conduzam uma investigação exaustiva, imparcial e independente sobre esses assassinatos e garantam que eles cumpram integralmente o devido processo em todos os momentos”, afirma o Parlamento em comunicado oficial à imprensa.

A resolução não prevê punições, mas aprofunda o desgaste internacional do Brasil. “Os eurodeputados recordam que estes ataques (retórica agressiva, ataques verbais e declarações intimidadoras de Bolsonaro) constituem uma grave violação dos seus direitos humanos e da sua dignidade”, prossegue o texto. Os eurodeputados ainda lamentam a violência de gênero e contra mulheres e defensoras ambientas que cresce no país.

O correspondente internacional do UOL e da BandNews, Jamil Chade, argumenta que “na prática, a resolução enterra qualquer chance de que o pacto de livre comércio entre o bloco e o Brasil possa sobreviver nas bases atuais (…) O texto representa uma pressão inédita sobre o governo Bolsonaro, já com sérias dificuldades no exterior”.