Disputa eleitoral sob ódio

Deputado bolsonarista tenta impedir caminhada de Freixo no Rio de Janeiro

Deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ) e apoiadores armados fazem ameaças a militantes que realizavam caminhada com Marcelo Freixo na manhã deste sábado

Reprodução Twitter
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Rodrigo Amorim tentou impedir caminhada do pré-candidato ao governo do estado Marcelo Freixo

São Paulo – O deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ), o mesmo que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco em 2018, e um grupo de apoiadores armados tentaram impedir a realização de uma caminhada do pré-candidato ao governo do Rio Marcelo Freixo (PSB), na manhã deste sábado (19), em meio a xingamentos e ameaças. O episódio aconteceu na Praça Saens Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense, onde era realizada uma feira de artesanato.

Em vídeo divulgado nas redes sociais por Elika Takimoto, pré-candidata a deputada estadual pelo PT-RJ, Amorim surge com um grupo de apoiadores empurrando e fazendo ameaças aos militantes da candidatura Freixo. O pré-candidato deixou o local para evitar confusão.

“A gente estava pacificamente caminhando com o Freixo, a agenda foi divulgada publicamente, e a turma do Rodrigo Amorim chegou aqui armada, fazendo questão de falar que estavam armados, gritando com aquela postura miliciana, xingando: maconheiro, Lula ladrão… coagindo a gente. O Freixo se retirou para não causar confusão”, relatou Elika.

“Estamos na pré campanha e sendo impedidos por bolsonaristas de caminhar pelas ruas! Isso não pode ser normalizado! Aconteceu agora com a caminhada do Freixo e a corja do Rodrigo Amorim”, acrescentou.

Elika, que divulgou imagens da coação nas redes, confirmou que o grupo pró-Freixo fará denúncias na polícia e na Justiça Eleitoral e lamentou que o caso ocorra dias após o assassinato de Marcelo Arruda pelo policial bolsonarista Jorge José Guaranho em Foz do Iguaçu (PR). “Foi muito tenso, muito triste. Isso está acontecendo uma semana depois do Marcelo Arruda ser assassinado e a delegada fala que não foi crime político. É isso, dá mais abertura para mais violências como essas”, afirmou.

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“Rodrigo Amorim veio para cima de uma atividade pacífica de uma atividade com o Freixo aqui no Rio. Xingaram, ameaçaram e fizeram questão de mostrar que estavam armados. Para evitar mais confusão, Freixo se retirou.”

Tentativa de encurralar

Segundo postagem em vídeo da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) no Instagram, o grupo de Amorim buscou encurralar a caminhada entre os feirantes de artesanato da praça, “e num determinado momento ficou impossível para continuar”, disse Jandira. “Eles começaram a invadir o nosso espaço, indo para cima do Marcelo Freixo, para cima de nós, e começaram a empurrar as pessoas, e resolvemos parar a atividade, porque obviamente isso não ia acabar bem”.

Segundo Jandira, o grupo rasgou bandeiras dos militantes, acirrando um clima de violência. A deputada também disse que serão tomadas providências junto aos tribunais eleitorais, à polícia e também à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil afirmou que o caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca) como ameaça e injúria, por partidários dos movimentos progressistas. Segundo a polícia, foram colhidos depoimentos dos envolvidos e o caso será encaminhado à Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (CIAF), órgão especializado da Secretaria de Estado de Polícia Civil, que possui atribuição para dar seguimento a esse tipo de investigação.

O deputado Rodrigo Amorim informou em nota que “estava com apoiadores na Praça Saens Pena, ponto de encontro para irem a um evento do PTB em São Cristóvão, quando uma equipe do deputado Marcelo Freixo começou a ofender sua família e a do presidente da República. Freixo estava em campanha antecipada na Praça, com sua equipe de seguranças armados irregulares, alvo de CPI criada pelo deputado Rodrigo Amorim na Alerj. Não houve nenhum episódio de violência física”.


Com revista Fórum e G1