Definição

Após racha com PDT, PT anuncia Elmano Freitas como pré-candidato no Ceará

Vice será indicado pelo MBD de Eunício Oliveira, outros pré-candidatos também oficializaram nomes e alianças

Divulgação
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Camilo Santana, Lula e Elmano de Freitas postaram foto nas redes sociais no último domingo (24)

São Paulo – Depois de uma semana intensa no Ceará, a disputa ao Palácio da Abolição, começou a ganhar contornos mais definidos no domingo (24), quando o ex-governador Camilo Santana (PT) postou em suas redes sociais uma foto ao lado de Lula e do deputado estadual Elmano Freitas, anunciando este último como o candidato ao governo do estado. A indicação de Freitas não era a esperada pelo partido desde a saída do ex-governador, em março, para lançar sua pré-candidatura ao Senado. As conversas terminaram sem acordo entre o PDT, dirigido no Ceará por Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência, e o PT, dirigido pelo deputado federal José Guimarães e por Camilo.

Na queda de braço sobre quem encabeçaria a chapa ao governo do estado o diretório estadual do PDT escolheu Roberto Cláudio, em vez da atual governadora Izolda Cela (PT), mesmo com toda a pressão da base aliada do governo.

Izolda Cela, primeira mulher a ocupar o executivo estadual, professora e com vasta experiência na vida pública, foi a primeira pessoa a ocupar o cargo que não vai poder ser candidata à reeleição. Teve manifesto assinado pelo PT, PCdoB, PV, PP e MDB. Teve declaração pública do PSDB e do Republicanos, carta de deputados, manifestações de líderes do executivo de diversas prefeituras, vereadores, movimentos sociais populares e sindicatos. Mesmo assim, o PDT não cedeu.

Analistas políticos atribuíram a decisão a Ciro, principal responsável pela escolha do Roberto Cláudio para disputar o governo cearense, por acreditarem que ele não via nela um bom palanque para sua candidatura ao Planalto. Feministas, artistas e pensadoras do estado acreditam, ainda, que houve o machismo e a misoginia como fatores determinantes na decisão.

Trajetória

Elmano é um nome de consenso dentro do PT. Além disso, tem uma boa relação com os partidos da aliança e uma ampla base social, com apoio por exemplo do MST, da Marcha Mundial de Mulheres e Levante Popular da Juventude, entre outros.

O parlamentar é o líder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Foi advogado dos movimentos populares e coordenou a CPI do Motim, que investigou a participação das associações militares do estado nos motins. Ele está em seu segundo mandato como deputado estadual. Também foi secretário de Educação de Fortaleza e coordenador do Orçamento Participativo na gestão de Luizianne. E foi candidato à prefeitura de Fortaleza em 2012, obtendo quase 600 mil votos no segundo turno.

Indefinições

Roberto Cláudio participou no domingo (24) da convenção estadual do PSD realizada no município de Tauá. Na ocasião, foi oficializado o nome do presidente do partido no Ceará, Domingos Filho, como candidato a vice-governador em sua chapa. Ainda no dia 24, o presidente do PDT disse ter certeza para aliança também com o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Segundo a reportagem, alguns nomes de destaque do PSB divulgaram carta em que defendem cautela no rompimento da aliança que apoia a continuidade do atual projeto petista ao governo do estado do Ceará. O documento solicita abertura de debates sobre o tema.

Já o União Brasil, partido do candidato à frente das pesquisas, Capitão Wagner, anunciou que seu vice virá mesmo do PL, partido de Jair Bolsonaro. Até então, o deputado federal vinha numa estratégia de se esquivar de uma possível associação de sua imagem com o atual presidente. Em suas redes sociais ainda não há nenhuma menção a essa parceria. 

Do Brasil de Fato – Edição Fábio M Michel