Caminhos

Definições em São Paulo e Rio são os próximos alvos de Lula e frente democrática

Objetivo é consolidar os acordos nos três maiores estados do Sudeste, que somam 61,7 milhões de eleitores, 40,5% do país

Reprodução/Alex Capuano-CUT
Reprodução/Alex Capuano-CUT
Aliança pode ser fechada e levar Haddad e França a disputarem governo e Senado na mesma chapa em São Paulo

São Paulo – Resolvida a aliança em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, com Alexandre Kalil e o PSD, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os sete partidos da frente Vamos Juntos pelo Brasil e o pré-candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin, devem se dedicar nas próximas semanas a tentar desatar os nós em São Paulo e Rio de Janeiro. Os três maiores estados do Sudeste têm 61,7 milhões de brasileiros aptos a votar. Ou seja, 4 de cada 10 eleitores do país estão ali, o que pode ser decisivo para a eleição se resolver no primeiro turno. Uma boa equação em São Paulo e no Rio poderiam ajudar a desenrolar outras pendências regionais para alianças em torno de Lula.

Maior colégio eleitoral, com 33,1 milhões de eleitores, São Paulo permanece em negociação entre PT e PSB. A aliança entre os dois partidos em torno da candidatura de Lula é certa. Mas o candidato na disputa pelo governo estadual continua em aberto. O PT não abre mão da indicação do ex-prefeito Fernando Haddad, enquanto o PSB de Alckmin insiste no ex-governador Márcio França.

Porém, diante da força persuasiva de Lula e dos números das pesquisas, parece se aproximar o desfecho do cenário a favor de Haddad. O mais recente levantamento sobre o quadro no estado, da parceria Exame/Ideia, no início do mês, aponta o petista com 27%, seguido pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 17%, e França em terceiro, com 14%. O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), é o quarto, com 11%.

Haddad cada vez mais perto

A situação paulista está favorável a Haddad até mesmo segundo a proposta de França de meses atrás. O pré-candidato do PSB lançou a ideia de que o candidato da aliança ao Palácio dos Bandeirantes entre ele e o ex-prefeito fosse decidido por pesquisa. A proposta de França provavelmente seria por meio de um estudo próprio, mas, seja como for, todos os levantamentos têm apontado a liderança de Haddad.

Provavelmente por coerência com a própria ideia, o ex-governador estaria na iminência de anunciar sua desistência da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, pelo menos segundo nota da revista Veja desta sexta-feira (24). Ele apoiaria então Haddad e poderia ser candidato ao Senado na chapa encabeçada por Lula.

A resistência de França a essa configuração se deve ao fato de o apresentador e pré-candidato ao Senado por São Paulo José Luiz Datena (PSC) liderar a corrida pela cadeira no Senado. Segundo a mesma pesquisa Exame/Ideia do início do mês, Datena teria 19% das intenções de voto. Mas França aparece muito perto, com 14%. Nesse cenário, o apoio de Lula e uma campanha aglutinadora em torno de Haddad governador poderiam fortalecê-lo como postulante ao Senado por essa frente.

alianças lula
Freixo e Cesar Maia: possível chapa pode influenciar outras alianças regionais em torno de Lula

Rio, terceiro colégio eleitoral

No Rio, terceiro colégio eleitoral do país, com 12,8 milhões de eleitores, a disputa pelo governo está empatada entre o governador Cláudio Castro (PL), que tem 24% das intenções de voto, e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), com 23%, mostra Exame/Ideia  divulgada na semana passada.

Para o Senado, o líder é o ex-futebolista Romário (PL), que aparece com 23%, seguido por Marcelo Crivella (Republicanos), com 15%, Cabo Daciolo (PDT), com 12%, e Alessandro Molon (PSB), com 10%.

Assim como em São Paulo, a disputa pelo Palácio Guanabara pode ter novidades nos próximos dias. No sábado (18), Freixo postou a primeira foto ao lado do ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (PSDB), que convidou para ser seu vice. “Muita força para colocar o Rio de Janeiro de pé”, escreveu o deputado no Instagram. O Psol discorda da união, mas deve apoiar Freixo com as devidas ressalvas.

A disputa pelo Senado segue, até o momento, sem acordo pela centro-esquerda do Rio. Enquanto o PSB apresenta Alessandro Molon, o PT mantém a indicação do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano.

Leia também: