Pela força

‘Unidade’ foi a palavra mais repetida no 1° de Maio em São Paulo

Discursos das centrais e da oposição mostraram consenso de que só a unidade permitirá que o país seja reconstruído a partir das eleições de outubro. Organização estima público em 100 mil pessoas

JPRodrigues/MST
JPRodrigues/MST
A organização do evento estimou que, ao longo do dia, 100 mil passaram pela praça Charles Miller, diante do portão principal do Pacaembu

São Paulo – Só a unidade (das centrais e da oposição) poderá garantir mudanças no país a partir das eleições de outubro. Todas as falas quase ao final do 1° de Maio em São Paulo ressaltaram a necessidade de somar agora para iniciar uma agenda negociada de “reconstrução” a partir de 2023. A organização do evento estimou que, ao longo do dia, 100 mil pessoas passaram pela praça Charles Miller, diante do portão principal do Pacaembu, na zona oeste.

“Não será uma eleição qualquer. São direitos contra privilégios. É a democracia contra a barbárie”, afirmou o líder sem-teto Guilherme Boulos, do Psol. “E vocês não tenham dúvidas que vamos derrotar o fascismo. Que este seja o último 1° de Maio com um miliciano na presidência do Brasil, o último com a vigência de uma reforma trabalhista criminosa.” Segundo ele, a partir de agora começa “uma grande campanha para acabar com o atraso e eleger Lula”. A pré-candidatura do petista será lançada no próximo sábado (7).

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), lamentou que bolsonaristas tenham realizado atos contra o Supremo Tribunal Federal. “Nós lutamos pela democracia, pelas nossas instituições, pelo voto eletrônico. Democracia, para nós, é ter emprego, ter direitos, renda, comida, educação. Ele (Bolsonaro) tem uma pauta pessoal, nós temos a pauta do povo”, concluiu Gleisi, ao lado do presidente estadual do PT, Luiz Marinho.

Já o presidente da CTB, Adilson Araújo, destacou o empobrecimento da população no atual governo. “O povo está passando fome. Não é o rico que vai sofrer. É você que com um salário mínimo não consegue comprar um botijão de gás de 160 reais. É muita gente que não consegue tirar o carro da garagem. Esse governo está saqueando o país.”

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Para Adilson, todos os que estiveram no ato deste domingo teriam que sair convencidos “de que somos cabos eleitorais de um projeto político de mudanças”. Por sua vez, o presidente da UGT, Ricardo Patah, usou o termo soldados e lembrou de um antigo bordão: trabalhador vota em trabalhador. “Temos que eleger aquele que gosta do cheiro do povo, aquele que está sempre entre nós”, acrescentou.

Miguel Torres, líder da Força Sindical, lembrou que o “outro lado” tenta monopolizar o uso da bandeira nacional, que é de todos os brasileiros. E o presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que é preciso formar “um grande exército” para combater a “máquina de mentiras” do governo Bolsonaro. “A eleição no Brasil vai decidir o que será o país nos próximos 20 anos.”