‘Metade das mortes na pandemia é responsabilidade de Bolsonaro’, afirma Lula
Em entrevista à mídia independente, pré-candidato à Presidência diz que Bolsonaro deve responder pelas mortes que resultaram da condução negacionista frente à crise da covid
Publicado 26/04/2022 - 11h46
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (26) que o presidente Jair Bolsonaro deve ser responsabilizado por pelo menos metade das mais de 660 mil mortes pela covid-19 no país desde o início da pandemia. A afirmação foi feita logo no início da entrevista que o ex-presidente está concedendo nesta manhã aos veículos de mídia alternativa e a youtubers. “O Brasil vive um momento delicado na história”, afirmou. “Eu faço política há 50 anos e nunca vi uma situação como hoje, de desgovernança total no país”, disse, ao se referir ao modo negacionista com que Bolsonaro conduziu o governo federal durante a pandemia.
“Ele vive de criar polêmica, não respeita a lógica da ciência, nem as vacinas, não trata da economia, nunca se reuniu com os movimentos sociais, nunca se reuniu com ninguém e vive em um mundo de fake news“, disse o pré-candidato à Presidência da República pelo PT.
Lula considera que caberá ao seu governo, se eleito, cuidar do povo, da água, dos recursos do meio ambiente, dos negros e minorias, sempre com uma visão de tradição humanista. O ex-presidente também avalia que Bolsonaro vai entregar o país em uma situação muito pior do que a que Lula encontrou em 2003, no início de seu primeiro governo.
O ex-presidente lembrou que hoje no país 19 milhões de pessoas vivem o drama da fome, enquanto 116 milhões de pessoas enfrentam o problema da segurança alimentar. “Tudo está mais caro, a carne é proibida, o salário cada vez menor e uma informalidade muito grande no mercado de trabalho. Precisamos entender que o trabalhador de Uber não é empreendedor, mas é tratado como escravo de um patrão que ele nem conhece”, destacou.
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Lula também disse que é preciso rever a “reforma” trabalhista que foi levada a cabo pelos governos de Michel Temer e Bolsonaro, atualizando seus critérios para a realidade do mundo do trabalho hoje no país. “E levar em conta os direitos conquistados, vamos ter que fazer uma mesa de negociação com empresários, trabalhadores e governo”, acrescentou.