ELEIÇÕES

Lula: ‘Feliz era o Brasil que tinha disputa entre partidos democráticos’

Ex-presidente disse que chapa com Alckmin será discutida entre os partidos na próxima sexta-feira (8)

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Segundo Lula, sua ideia não é ser um candidato que represente apenas os ideias do seu partido, mas que lidere um "movimento de reconstrução da democracia"

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (5), que a democracia do Brasil vive um período fragilizado diante do governo de Jair Bolsonaro (PL), e o objetivo de sua pré-candidatura, junto com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), é para “harmonizar e reconstruir o país”, com a capacidade de liderar empresários e trabalhadores.

Em entrevista à rádio rede T, do Paraná, Lula adiantou que a candidatura do ex-governador de São Paulo como vice-presidente para a chapa dele, nas eleições de 2022, será discutida pelo partido em uma reunião marcada para a próxima sexta-feira (8). “Eu mudei, o Alckmin mudou e o Brasil mudou. Eu fui adversário do Alckmin, não inimigo. Feliz era o Brasil que tinha disputa entre dois partidos democráticos, porque existia debate civilizado, sobre programa de governo”, disse o ex-presidente.

Segundo Lula, sua ideia não é ser um candidato que represente apenas os ideias do seu partido, mas que lidere um “movimento de reconstrução da democracia”. Ele ainda alertou para os diversos ataques feito por Bolsonaro à imprensa e às instituições democráticas, lembrando do deboche feito pelo deputado Eduardo Bolsonaro contra a jornalista Miriam Leitão.

“Estamos vivendo um período em que o presidente ataca todo dia a democracia e a imprensa. É ele e a sua família toda. O que fizeram com a Miriam Leitão é algo que nunca havia acontecido. Esse tipo de gente, que enaltece torturador, não presta para governar o Brasil. O Brasil precisa de alguém que harmonize o país. Que estimule a paz, a união, o pequeno e micro empresário. É isso que o Brasil está precisando para se tornar uma grande nação”, afirmou ele.

Lula e a política econômica

O ex-presidente Lula foi questionado sobre a ausência de novas lideranças na política nacional e se o caso é reflexo da falta de espaço para outros atores. Em sua resposta, o petista lembrou que há a diferença entre “candidato” e “líder político” e ressaltou que, durante seus governos, as pessoas foram realmente ouvidas e acolhidas pelo Estado.

“Estão procurando alguém da terceira via. Mas o que essas pessoas fizeram? Eu tenho um legado: promover a inclusão social, aumento salarial, ajudar a agricultura a se transformar em potência. Se a pessoa quer, apareça e se submeta ao povo. Ser líder é diferente de ser candidato”, acrescentou Lula.

O pré-candidato também foi perguntado sobre o que faria de diferente na política econômica, diante da crise da pandemia de covid-19 e também a guerra entre Ucrânia e Rússia. O ex-presidente voltou a defender uma nova política tributária e reafirmou a importância do Estado para enfrentar os problemas da economia. “Eu governei durante uma das maiores crises econômicas mundial e até hoje se paga essa crise. Enquanto o mundo estava sofrendo, eu investi no setor produtivo. Por isso eu defendo que o Estado seja indutor do desenvolvimento, alavancando o crescimento econômico.


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