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Brasileiros cobram Augusto Aras em Paris: ‘Vamos investigar o MEC?’

Passando férias na Europa, procurador-geral da República foi questionado por não avançar investigações da série de escândalos envolvendo o Ministério da Educação

REPRODUÇÃO
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'Vamos investigar lá o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, vamos investigar o Bolsonaro gastando milhões em Viagra do Exército', cobra brasileiro no video

São Paulo – Em Paris, onde passa parte de suas férias, o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi cobrado ontem (18) por um grupo de brasileiros que o encontram no “rolê”. Eles pediram que o PGR investigue denúncias de corrupção como o escândalo da propina dos pastores do Ministério da Educação.

Um vídeo divulgado pelo portal Metrópoles, e compartilhado nas redes sociais, mostra Augusto Aras caminhando de óculos e máscara na capital francesa quando é questionado por brasileiros. “Dar rolezinho em Paris é legal, mas e abrir processo? Vamos investigar o bolsolão do MEC, procurador?”

No vídeo, o procurador-geral e seu grupo continuam caminhando, enquanto seu interlocutor lista outros casos que poderiam estar sendo investigados pela PGR (confira abaixo). O procurador seguiu sem responder as cobranças. “Vamos investigar lá o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, vamos investigar o Bolsonaro gastando milhões em Viagra do Exército. Cadê a investigação, procurador? Aqui em Paris não tem nada para encontrar, não. Pode deixar que a gente procura. Tem que procurar lá em Brasília.”

‘Bolsolão’ do MEC

As denúncias sobre a atuação de pastores como lobistas do Ministério da Educação resultaram na exoneração de Milton Ribeiro do comando da pasta. De acordo com as acusações, os líderes religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura atuavam para facilitar o acesso de prefeitos a recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mediante pagamento de propina.

Em março, Aras pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Ribeiro. A solicitação foi feita após um áudio do ex-ministro, divulgado pela Folha de S.Paulo, indicar que o governo priorizava prefeituras que negociavam a liberação de verba diretamente com os religiosos, que não tinham cargo no ministério.

O pastor Arilton Moura, peça central no escândalo do gabinete paralelo no Ministério da Educação esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Outro protagonista do lobby na pasta, o pastor Gilmar Santos, foi 10 vezes ao local no mesmo período. Entretanto, na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) impôs sigilo em informações relativas aos encontros com os religiosos.


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