quebra de decoro

Arthur do Val decide renunciar, mas ainda pode ficar inelegível por oito anos

Uma das lideranças nacionais do Movimento Brasil Livre, perderá o mandato por frases sexistas sobre mulheres ucranianas em meio à guerra

Reprodução/Youtube
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Parlamentar virou alvo da sociedade após o vazamento de mensagens de áudio sexistas

São Paulo – Com a espada da cassação sobre sua cabeça, o deputado estadual paulista Arthur do Val (União Brasil) decidiu renunciar ao cargo nesta quarta-feira (20). A decisão, se confirmada oficialmente, vem após o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovar, por unanimidade, na semana passada a cassação do seu mandato. A medida ainda deve ser referendada pelo plenário da Casa.

O processo de cassação do parlamentar, conhecido como Mamãe Falei, se dá por quebra de decoro parlamentar, após o vazamento o vazamento de mensagens de áudio nas quais ele se referia às mulheres ucranianas refugiadas da guerra com a Rússia em tom misógino, machista e sexista.

 “Você nunca pode ir para cidades com as melhores baladas, tem que ir pra cidades normais. Você pega as minas no mercado, na padaria”, disse nos áudios. “As cidades mais pobres são as melhores”, continuou. “São quatro barreiras alfandegárias. Foram 12 policiais deusas, que você casa. E detalhe, elas olham. São fáceis, porque elas são pobres”, afirmou do Val após viagem ao país em conflito. Sobre sua viagem à Ucrânia, Arthur do Val relatou também ter ajudado milicianos locais a preparar coquetéis molotov.

Apesar das declarações absurdas, o parlamentar tenta se defender do indefensável. “Estou sendo vítima de um processo injusto e arbitrário dentro da Alesp. O amplo direito a defesa foi ignorado pelos deputados, que promovem uma perseguição política”, reclamou. “Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos”, disse ainda.

Incerto

As falas sexistas do parlamentar resultaram em 21 representações pedindo sua cassação, reunidas numa única peça pelo Conselho de Ética da Assembleia. Sua renúncia não interrompe o andamento do processo na Câmara, que pode torná-lo inelegível por oito anos. Isso acabaria com o projeto de Arthur do Val de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, segundo circula nos bastidores da Assembleia paulista. Com a inelegibilidade, essa possibilidade seria enterrada, ao menos por ora.

O deputado é uma das lideranças nacionais do Movimento Brasil Livre (MBL).


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