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Para aprovar reajuste, Doria quer empurrar ‘nova carreira’ do magistério

Bancada do PT defende desmembramento do reajuste para os professores do plano de carreira que o governo Doria que impor ao magistério

Reprodução/Apeoesp
Reprodução/Apeoesp
Em vez de 10% de reajusta e "Nova Carreira", professora Bebel defende aumento de acordo com o piso nacional do magistério

São Paulo – A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem (22), em votação simbólica, o reajuste de 20% nos salários dos servidores da saúde e da segurança pública. Os demais servidores terão apenas 10%. Por orientação do governador João Doria (PSDB), 170 emendas foram rejeitadas. O PT, por exemplo, queria 20% de aumento para todos os servidores, com o mesmo percentual no vale-refeição, mas as propostas foram rejeitadas pela base governista. Além disso, cálculos apresentados apontam que mesmo entre algumas carreiras da saúde o reajuste de 20% anunciado não será efetivo, chegando, em alguns casos, a menos de 3%.

Nesta quarta-feira (23), os parlamentares continuam a apreciar propostas relativas ao reajuste dos servidores. Deve ir a votação o PLC3/2022, que trata dos planos de carreira e remuneração para os professores do Ensino Fundamental e Médio, para os diretores escolares e para os supervisores educacionais da Secretaria da Educação.

Os deputados do PT denunciam que Doria embutiu uma chantagem nessa proposta. Para aprovar o reajuste do magistério, os deputados também que teriam que votar favoravelmente ao plano de carreira. “Estão colocando uma camisa de força para constranger os parlamentares a aprovarem o projeto”, questiona a deputada Marcia Lia, líder da bancada. Nesse sentido, o partido apresentou uma emenda para que o projeto fosse desmembrado.

Durante a manhã, os deputados se reuniram no congresso de comissões e rejeitaram a emenda apresentada pelo PT. Mas os deputados da oposição ainda pretendem incluir a emenda durante a votação na parte da tarde. De acordo com a deputada Professora Bebel, “separa” é a palavra de ordem, já que os professores são contra a “Nova Carreira” proposta pelo governo Doria.

Reajuste do magistério e “nova carreira”

Bebel afirmou, pelas redes sociais, que o plano apresentado pelo governo Doria representa “o fim da carreira do magistério”. “O secretário (de Educação) Rossieli mente descaradamente”, tuitou a parlamentar. “Não há valorização dos profissionais da educação, mas sim perda de direitos! Queremos o reajuste de 33.2%”.

De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), que Bebel preside, a “Nova Carreira” acaba com a remuneração na forma de salários, substituindo-a por subsídios. Além disso, não incorpora direitos como quinquênio, sexta-parte (reajuste concedido quando o servidor completa 21 anos de trabalho) e outros adicionais.

Outras carreiras

O congresso de comissões votou também emendas relativas a concessão de abono complementar aos servidores. Para a oposição, os abonos são uma forma de burlar o reajuste, já que não contam para o cálculo das aposentadorias. Além disso, incidem sobre o salário-base, que não são reajustados desde 2018. Assim, análises técnicas mostram que o salário inicial dos auxiliares de saúde terá reajuste global de apenas 2,6%. Já para os técnicos de enfermagem e médicos, será de 4%


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