eleições 2022

Lula e Márcio França discutem aliança. Nome para governo de São Paulo segue indefinido

Segundo ex-governador, “federação é difícil” e Lula vai levar sua sugestões ao ex-prefeito Fernando Haddad e à deputada e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann

RICARDO STUCKERT/MARCOS CORREA
RICARDO STUCKERT/MARCOS CORREA
A ideia é unir todos em torno de um lema: “a democracia contra o que não é democracia", disse França

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB-SP) se reuniram na tarde desta terça-feira (22) para debater as divergências entre PT e PSB em torno da disputa pelo governo de São Paulo e tentar avançar na discussão de uma federação no plano nacional. O impasse sobre quem seria o candidato ao Palácio dos Bandeirantes no contexto de uma aliança das legendas permanece.

O PT quer lançar o ex-prefeito Fernando Haddad e o PSB insiste no nome do próprio França. Após o encontro, França disse à imprensa que Lula compreendeu seus argumentos e os do PSB. No entanto, embora cauteloso, o socialista deixou claro que um acordo ainda depende de muita conversa. E disse que Lula vai levar suas sugestões a Haddad e à deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do partido.

Apesar do impasse, segundo França, os partidos devem estar juntos, mesmo que no segundo turno. Sobre as legendas se unirem em federação, disse que o caminho é “difícil”. “Vamos ajudar os deputados (nos estados) a se eleger sem federação. Se, lá na frente, tiver federação, ótimo.”

Porém, ele destacou o fato de que, em 2018, teve mais de 10 milhões de votos na disputa com João Doria (PSDB). “É natural que as pessoas que votaram em mim imaginem que eu vou ser candidato a governador. Penso que aconteça a mesma coisa com quem é simpático ao PT, em relação ao Haddad.”

“Democracia contra o que não é democracia”

O ex-governador disse aos jornalistas que uma aliança deve reunir “Alckmin, nós (PSB), eles (o PT),  e outros, Kassab inclusive. Quem puder vir”. Ele acrescentou que a ideia é “a democracia contra o que não é democracia”. Ele reafirmou a sugestão de que a definição entre seu nome e o de Haddad seja feita por uma pesquisa em maio. Questionado se maio não seria tarde para definir a chapa nacional, concordou. “O principal é que todos estejamos juntos desde já.” Márcio França afirmou ainda que “a tendência de Alckmin é caminhar com quem tem mais relação” e que, por ser amigo do ex-tucano, provavelmente ele irá se filiar ao PSB para ser vice de Lula.

Pernambuco

Ontem (21), o PSB e o governador Paulo Câmara oficializaram o nome do deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato a governador pela “Frente Popular” nas eleições 2022 em Pernambuco. O lançamento de Cabral se transformou num ato de apoio ao ex-presidente Lula à Presidência.

Em fevereiro, o senador Humberto Costa e o PT anunciaram a retirada da candidatura ao governo de Pernambuco “por construção coletiva”.