São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto com possibilidade de vitória em primeiro turno na disputa pela Presidência da República, de acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (9). Com 45% das intenções, Lula tem a preferência dos eleitores maior do que a soma de todos os adversários, que somam 42%.

O percentual obtido pelo petista supera numericamente a soma de seus adversários nos quatro cenários simulados. Na margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Lula teria entre 47% e 43% das intenções de voto, e os adversários somados, de 44% a 40%.

Os números da nova pesquisa Genial/Quaest são parecidos com o resultado divulgado em janeiro, quando Lula também aparecia vitorioso já no primeiro turno. De acordo com o novo levantamento, mais da metade dos eleitores considera a escolha do voto definitiva, o que explicaria a consolidação do cenário registrado nos últimos meses e mantido sem variações significativas.

O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), também se manteve estável e aparece em segundo lugar, com 23%. Já o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) empatam em 7%, no terceiro lugar, tornando mais distante a possibilidade de haver uma “terceira via” na disputa. A lista segue com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o deputado federal André Janones (Avante-MG), com 2% cada. Já a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem 1%.

Segundo turno

O instituto ainda simulou cinco cenários de segundo turno, todos com vitória de Lula: sobre Bolsonaro (54% a 30%), Moro (52% a 28%), Ciro (51% a 24%), Doria (55% a 16%) e Janones (56% a 14%). O índice de nulos e brancos cresce respectivamente em cada uma dessas simulações, variando de 13% a 26%.

A Quaest também perguntou aos entrevistados o quanto a escolha de voto é definitiva. Quase 6 em cada 10 eleitores (58%) consideram sua decisão tomada, ante 40% que não descartam mudança caso algo aconteça. Dos eleitores do atual presidente, 65% disseram que a decisão é definitiva, ante 35% que afirmam poderem mudar caso ocorra algo inesperado. Já entre os apoiadores do petista, a consolidação é ainda maior: 74% disseram que é uma escolha definitiva, enquanto 25% não descartam mudar.

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas, de quinta a domingo último (3 a 6). As entrevistas foram realizadas “face a face”, segundo a Genial Investimentos e a Quaest Consultoria. O índice de confiança, segundo o instituto, é de 95%.

Avaliação de Bolsonaro e Moro

Metade dos eleitores brasileiros tem uma avaliação negativa do governo Bolsonaro. De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, 51% não aprovam a atual gestão, enquanto 25% dizem ser regular. Já 22%, o núcleo duro bolsonarista, consideram positivo o trabalho do atual mandatário da República. A maior parte da reprovação vem do Nordeste (61%), jovens de 16 a 24 anos (56%), mulheres (54%) e trabalhadores com até dois salários mínimos (57%).

O levantamento mostra que 53% dos brasileiros acham o atual governo “pior do que esperavam” e desaprovam todos os temas perguntados no questionário, como combate à corrupção, redução da violência, combate à covid-19 e ações para frear a inflação.

Além disso, a maioria dos eleitores brasileiros considera que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro não poderia ter trabalhado para a consultoria Alvarez & Marsal, nos Estados Unidos. Enquanto 30% afirmaram não ver problema, outros 49% que disseram que Moro não poderia ter atuado na empresa que auxiliava na recuperação de investigados pela Operação Lava Jato.